O Marítimo deu este domingo um passo de gigante para assegurar a permanência na I Liga ao vencer por 2-0 o também aflito Tondela. Edgar Costa desbloqueou o marcador, no primeiro tempo, e Jorge Correa, com um golo de antologia, fixou o resultado já perto do final da partida.

Petit e o Caldeirão ficaram muito mais aliviados, enquanto a formação beirã e Pepa vão continuar com a máquina na mão quando faltam três finais por disputar até ao final do campeonato.   

Recorde o filme e consulte a ficha do jogo

Ambas as equipas estavam obrigadas a vencer, mas optaram por o fazer com os pés bem assentes no chão. Os primeiros 45 minutos revelaram um jogo assente no rigor tático, com as duas formações bem encaixadas fruto de esquemas táticos muito semelhantes, disputando cada bola e milímetro de terreno, não dando espaços à criação de desequilíbrios.

No primeiro quarto de hora, que transcorreu sem remates, o melhor que se conseguiu fazer no último terço foi conquistar três cantos, e todos para o Tondela. A equipa de Pepa apresentava um futebol com mais critério, mas teve de esperar pelo minuto 21 para o demonstrar. David Bruno trabalhou  sobre a direita e cruzou bem para Tomané cabecear para uma grande intervenção de Charles.

Dois minutos antes, Joel havia tentado a sorte ainda fora da grande área, mas o esférico saiu muito por cima da baliza à guarda de Cláudio Ramos.

Os lances não mexeram com o jogo, que se manteve preso à tática, embora com o Tondela a gozar de um ligeiro ascendente face a um Marítimo que parecia algo adormecido no ataque.

Mas a dormência ofensiva da equipa de Petit não prendeu o seu capitão. Aos 33m, Edgar Costa revelou toda a atenção deste mundo e do outro ao aproveitar, em plena grande área, um mau alívio de cabeça por parte de Jorge Fernandes, na sequência de um lançamento lateral.

A bola vai ter com o extremo madeirense, que remata de primeira com a bola desviar depois em David Bruno, complicando ainda mais as hipótese de defesa de Cláudio Ramos.

Consumava-se um filme muitas vezes visto em jogos agarrados ao rigor tático: o primeiro erro é quase sempre fatal, e quem o aproveita é rei.

O golo mexeu com equipa de Pepa, que só conseguiu reagir aos 40m, novamente com David Bruno a trabalhar bem para Tomané. Mas o ponta de lança dos beirões, após uma boa receção, atirou por cima, embora muito perto da trave de Charles.

Foi o último grande lance de perigo antes do intervalo, que chegou com Marítimo a gerir confortavelmente, mas sabendo que teria de mexer na equipa, uma vez que Rúben Ferreira não estava em condições físicas.

O reatamento confirmou a indisponibilidade do lateral esquerdo, que cedeu o lugar a Bebeto, que ficou com a direita com Nanu a ocupar a oposta, e também o controlo do jogo por parte dos insulares.

O técnico esperou pouco tempo para mexer na equipa, uma vez que a intensidade que precisava para inverter a desvantagem não veio com o descanso.

Os beirões ainda protagonizaram o primeiro grande lance de perigo do segundo tempo, aos 63m, que só não deu em golo graças a uma grande intervenção de Charles a opôr-se com grande esforço a um livre cobrado por Peña.

Mas o Marítimo estava ao comando das operações, e com um jogo paciente, foi preparando o momento certo para desferir o golpe final no resultado. Esteve quase para acontecer aos 77m, num lance algo caricato. Ícaro atrasou mal para Cláudio Ramos e a bola foi embater na trave, que a devolveu para o campo e para o pé esquerdo de Joel, que sozinho atirou ao poste…

Um minuto depois, Tomané, obrigou Charles a nova boa defesa, e Peña, que entrou bem no jogo, atirou forte ao lado dois minutos depois. O jogo estava mais aberto, mas o tondelenses não conseguiam criar desequilíbrios capazes de fazer a diferença.

Pelo menos com a arte de Jorge Correa. Aos 83m, o argentino fez de Messi, passando por entre cinco adversários e sentenciou a partida, levantando o estádio com um golo que deverá ser um concorrente sério ao melhor do mês de abril…

Já com o Tondela rendido, o Marítimo ainda festejou o terceiro, mas o tento de Fabrício à boca da baliza não contou, uma vez que a equipa de Hugo Miguel assinalou fora de jogo no início do lance.