O Benfica regressou este domingo às vitórias ao vencer na deslocação ao Tondela, por 3-1, depois de ter entrado praticamente a perder com um autogolo de Conti aos 41 segundos. Jonas empatou (10m) e na segunda parte Seferovic (64m) e Rafa (75m) completaram a reviravolta.

O capitão André Almeida esteve em grande ao fazer as assistências para os dois primeiros golos das águias, mas houve um Jonas acima de todos. O avançado brasileiro vestiu - mais uma vez - o fato de herói e resgatou o Benfica das profundezas. Foi de Jonas o golo do empate, sim, mas é também nele que começam o segundo e o terceiro. Decisivo.

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A cidade de Tondela não escapou à intempérie que atingiu todo o país, mas mesmo assim as bancadas do Estádio João Cardoso ficaram muito perto da lotação esgotada, para um duelo entre equipas com estados de alma distintos.

Se o Tondela se apresentava motivado após o triunfo (4-2) em Santa Maria da Feira – a primeira vitória fora de portas nesta edição da Liga -, o Benfica chegava à Beira Alta sob pressão, pois estava há quatro jogos (dois no campeonato e dois na Champions) sem conseguir vencer.

Alvo de uma crescente contestação por parte dos sócios e adeptos do Benfica, Rui Vitória prometeu um Benfica capaz de inverter o ciclo de maus resultados, mas bastaram 41 segundos para perceber que os encarnados não iam ter tarefa fácil. Isto porque o Tondela entrou bem melhor na partida e ganhou vantagem, precisamente, aos 41 segundos, com um autogolo do defesa argentino Conti.

Jhon Murillo escapou a Grimaldo pela direita e cruzou para o coração da área, Xavier apareceu a pressionar Conti e o central do Benfica cortou a bola na direcção da própria baliza.

O Benfica ficou atordoado com o golo sofrido e só respondeu aos nove minutos, mas fê-lo da melhor forma possível e empatou a partida.

Cruzamento de André Almeida no lado direito, Jonas antecipou-se ao defesa e cabeceou em direcção ao poste contrário. A bola bateu no relvado, ganhou velocidade e não deu hipóteses de defesa a Cláudio Ramos.

O avançado brasileiro era o elemento mais esclarecido na equipa encarnada e, aos 21 minutos, num lance individual, tirou as medidas à baliza tondelense, com um remate em arco, à entrada da área, que passou perto do travessão.

Acentuava-se o domínio do Benfica, que viu Rafa desperdiçar duas claras oportunidades de golo no espaço de três minutos. Na primeira o avançado acertou no poste, na segunda falhou o alvo. Pelo meio, o capitão Ricardo Costa podia ter devolvido a vantagem ao Tondela, quando surgiu ao segundo poste e desviou, para a bancada, um canto cobrado por Sérgio Peña.

As duas equipas colocavam intensidade no jogo e, apesar da chuva intensa, o esférico rolava no relvado sem grandes problemas e até ao intervalo as duas equipas ficaram perto de voltar a marcar.

A primeira tentativa foi do Tondela (37’) e teve Jhon Murillo como protagonista, quando o venezuelano recebeu um cruzamento de David Bruno e, na cara de Vlachodimos, tentou o chapéu. Valeu o corte providencial de Conti, em cima da linha, a evitar nova festa tondelense.

Já nos últimos cinco minutos da primeira parte, Rúben Dias, após canto cobrado por Pizzi, cabeceou como mandam as regras, mas a bola abrandou no corpo de Joãozinho e ‘morreu’ nas mãos de Cláudio Ramos, por isso as equipas recolheram aos balneários com 1-1 no marcador.

Expulsão abriu caminho à reviravolta

A segunda parte começou com o Benfica ao ataque, com três remates (de Cervi, Pizzi e Jonas) que levaram perigo à baliza beirã, mas tudo ficou mais simples para a equipa de Rui Vitória quando o Tondela ficou reduzido a 10 unidades, aos 54 minutos. David Bruno viu dois amarelos de rajada e recebeu ordem de expulsão.

Pepa mexeu na equipa, colocando Ícaro como lateral-direito e fazendo entrar Jorge Fernandes para o eixo defensivo, mas teve de sacrificar o criativo (e combativo) Sérgio Peña.

No Benfica, Rui Vitória aproveitou para reforçar o ataque com a entrada de Seferovic.

Mesmo em inferioridade numérica, o Tondela criou perigo aos 59 minutos, com um cabeceamento de Tomané que Vlachodimos afastou a soco, mas passaram apenas cinco minutos e o Benfica conseguiu ganhar vantagem.

André Almeida combinou com Jonas no lado direito, foi à linha final e cruzou para Seferovic, à boca da baliza, encostar para o 2-1 e completar a reviravolta no marcador.

O Tondela não atirou a toalha ao chão e podia ter voltado a empatar a contenda, não fosse o falhanço inacreditável de Tomané, aos 72 minutos, quando ficou na cara de Vlachodimos e atirou ao lado, naquela que foi a melhor chance de golo para os beirões na etapa complementar.

Normalmente, quem não marca sofre e foi isso mesmo que aconteceu à equipa de Pepa, com Rafa a fazer o terceiro golo encarnado, após passe magistral de Pizzi - servido por Jonas -, que deu tranquilidade aos encarnados na tarde/noite fria e chuvosa de Tondela.

Até ao apito final de João Pinheiro, o Tondela ficou reduzido a nove unidades (expulsão de Ícaro, aos 84m por entrada dura sobre Rafa) e valeu ainda Cláudio Ramos para evitar aquele que seria o 4-1, quando tirou o pão da boca a Seferovic, que se preparava para voltar a encostar e bisar na partida.