O Boavista mexeu as pedras, magicou estratégias diferentes, tentou virar o tabuleiro, mas não houve xeque-mate.

Com o investidor Gérard López pela primeira vez a assistir a um jogo no Bessa, os axadrezados não foram além de um nulo no jogo que fechou a 9.ª jornada diante de um Belenenses que é um sério concorrente a pior equipa da Liga.

Filipe Cândido estreou-se no comando técnico (vindo do U. Leiria, da Liga 3), depois da saída de Petit, e os azuis voltaram a fazer um jogo sofrível. Não admira que sejam a única equipa que ainda não venceu e um sério candidato à descida.

Só por força da mesma expressão é possível confundir esta empresa que joga futebol com um clube com história. E no contexto atual não é também fácil ter uma equipa na verdadeira aceção da palavra. Este Belenenses é arrumado na defesa, tem algum talento no meio-campo, herdado por Afonso Sousa, e pouco mais.

Sem ser superlativo, o Boavista esteve muito mais perto de vencer. Aliás, foi o única formação que mostrou argumentos para isso.

Sem os centrais Porozo, Marcelo Djaló e Ilori, lesionados, os axadrezados ajustaram-se com Javi Garcia nas novas funções no eixo da defesa. Faltou também do meio-campo para a frente Sauer, castigado. Ainda assim, o 3-4-3 de João Pedro Sousa encaixou no 3-5-2 dos azuis, criando alguns desequilíbrios pelos flancos.

Só houve uma verdadeira oportunidade de golo à passagem da meia-hora de jogo, quando o possante Makouta arrancou e serviu Tiago Morais, que desperdiçou à entrada da área.

Makouta é fundamental no meio-campo axadrezado. A defender, desde logo, mas também como referência na primeira fase de construção ofensiva. O adversário percebeu-o e na segunda parte colocou-o sob vigília, obrigando o Boavista a procurar outras soluções.

Depois de uma primeira parte morna, para ser simpático, mas com superioridade clara, as panteras afiaram as garras e foram atrás da presa. A caçada, no entanto, não foi bem sucedida.

Musa farejou o golo, mas chegou tarde em duas ocasiões. Do outro lado do campo, havia 50 metros de espaço vago. Até que num contra-ataque fortuito e numa bola parada o Belenenses quase chegou a um prémio não merecia.

O Boavista rematou muito mais (11-4), teve mais cantos (5-1) e no segundo tempo virou até a posse de bola (53%-47%). Faltou o golo, que lhe permitiria a primeira vitória nas últimas seis jornadas e afastar o trauma da goleada recente (4-0 frente ao Rio Ave) que valeu a eliminação da Taça.

Segue-se uma tarefa teoricamente bem mais difícil: o Dragão, no próximo sábado.