O Boavista idealizado por Daniel Ramos por alturas da chegada ao Bessa ainda não saiu do papel. A equipa confortável com bola continua por aparecer, como se viu frente ao Gil Vicente, e a sentença aplicada como punição a esse crime foi assinada por Sandro Lima. Três pontos para os minhotos e ultrapassagem aos axadrezados na tabela: 29 vs. 28 pontos.

A cinco minutos do fim, Stojiljkovic teve o empate no pé esquerdo, mas com a baliza completamente aberta e sem oposição foi capaz de atirar ao poste. Inacreditável e pouco compreensível num ponta-de-lança profissional.

FICHA DE JOGO E AO MINUTO DO BOAVISTA-GIL

Depois de um ciclo de três vitórias consecutivos, o Boavista já vai numa nova etapa, esta bem pior. Terceira derrota consecutiva, esta absolutamente justa. O Gil Vicente foi sempre melhor em todos os aspetos do jogo, criou várias oportunidades para marcar e só se pode queixar da falta de inspiração (e da exibição de Helton Leite) para só ter marcado aos 77 minutos.

O golo nasceu de um canto batido na direita, ganho nas alturas por um gilista e finalizado pelo goleador de Vítor Oliveira. E vão dez golos de Sandro Lima no campeonato.

Transportado pela qualidade e velocidade de Kraev, o Gil Vicente transtornou o 3x4x3 de Daniel Ramos com alguma facilidade, explorando a dificuldade axadrezada no meio-campo (Reisinho e Ackah não deram conta do recado) e os problemas de locomoção de Lucas e Ricardo Costa. Lourency e Baraye foram outros diabinhos à solta.

Sandro Lima falhou um golo de forma escandalosa, Lourency disparou para grande defesa de Helton e Daniel Ramos mexeu nas peças (mas não nos nomes) ao intervalo. Puxou Yusupha para as costas de Stojiljkovic, abriu Carraça na direita e Sauer na esquerda.

O Boavista lá foi tentando, mas sempre em esforço. Mais vontade do que talento, mais suor do que cabeça. Só em bolas paradas ou em cruzamentos os portuenses incomodavam a defesa gilista, mas nem sequer é fácil descobrir uma grande oportunidade para golo no nosso AO MINUTO até ao tal desperdício horrível de Stojilkovic.  

Nesta altura, o Gil Vicente conhece e respeita de forma superior as ideias do seu treinador. É mais equipa, tem mais futebol e venceu com alguma naturalidade no Bessa.

O Boavista enfrenta dores de crescimento. Expliquemos: a dimensão do estádio e a grandeza do seu público puxa a equipa para cima, mas o nível atual só dá para lutar e sofrer. É uma pantera esticadinha até ao limite.   

Nota final e triste para a lesão grave de João Afonso no último lance do jogo. Chocou com a cabeça de Mateus, caiu mal e perdeu os sentidos. Foi evacuado de ambulância para um hospital. Que recupere rapidamente.