O FC Porto goleou o Moreirense (6-1) no último jogo da temporada no Estádio do Dragão. Houve direito a guarda de honra do adversário, entrega do troféu de campeão nacional e fogo de artifício da equipa portista para iluminar uma noite em que os adeptos, uma vez mais, ficaram afastados do palco principal.

Luis Díaz inaugurou a contagem, Fábio Abreu ainda esboçou a reação do Moreirense mas o campeão arrancou para uma segunda parte ao mais alto nível, uma das melhores da temporada, e construiu o resultado avolumado. Otávio, Alex Telles, Marega e Soares (2) garantiram a goleada portista. Nota ainda para a estreia de Mouhamed Mbaye, guarda-redes senegalês de 22 anos que passa a pertencer ao grupo de campeões nacionais.

A FICHA E O FILME DO JOGO

Sérgio Conceição apostou em Diogo Costa para a baliza do FC Porto, num claro indício de preparação para a final da Taça de Portugal, frente ao Benfica. O jovem guarda-redes foi titular nas taças nacionais e ganhou ritmo de jogo para o clássico em Coimbra, a 1 de agosto. De resto, o treinador apresentou um esquema dinâmico, de risco, como balão de ensaio.

Danilo era a constante a meio-campo, Otávio a companhia mais regular, Jesús Corona explorava o centro e Fábio Vieira e Luis Díaz partiam dos flancos para apoiar Marega. Ofensivamente, o plano deu frutos. No processo defensivo, Danilo Pereira ficava demasiado exposto ao setor intermediário do Moreirense e perdia capacidade para apoiar os laterais.

O treinador do FC Porto decidiu mudar ainda na primeira parte, já após os golos de Luis Diáz e Fábio Abreu. Fábio Vieira acumulou erros, não estava a acompanhar o lateral esquerdo do Moreirense saiu antes do intervalo (38m). Um sinal de que há aspetos a melhorar, naturalmente. Uribe juntou-se a Danilo e libertou Otávio.

OS DESTAQUES DO JOGO

Já antes, repete-se, um Estádio do Dragão sem público tinha visto Luis Díaz corresponder de cabeça a mais um grande cruzamento de Alex Telles (4m) e a equipa visitante, muito bem organizada, a anular a desvantagem por intermédio do goleador Fábio Abreu, nas costas de Diogo Leite, agradecendo a solicitação de Abdu Conté (20m).

Os primeiros vinte minutos foram emocionantes, de facto, muito por culpa da vertigem do FC Porto e do entusiasmo do Moreirense, que surgiu sem complexos e com nove pares de pernas frescas em relação ao jogo anterior.

Moussa Marega desperdiçou a melhor oportunidade dos dragões antes do intervalo mas serviu Otávio para o 2-1 logo após o reatamento (51m). O maliano fugiu na direita, em velocidade, e assistiu o brasileiro no centro da área. Otávio acertou em Mateus Pasinato, depois em Rosic e por fim no fundo das redes.

O FC Porto estava lançado, já não permitia espaços ao adversário e viria a precisar de apenas mais cinco minutos para marcar o terceiro, após falta cometida por Pasinato sobre Luis Díaz, na área. Alex Telles, na conversão, não desperdiçou. Marega soube esperar pela sua vez e marcou um dos melhores golos da noite na cobrança exemplar de um livre direto. O maliano atirou em arco, numa mistura de técnica e força, sem hipóteses para o guarda-redes do Moreirense.

As opiniões irão dividir-se mas o 5-1 de Tiquinho Soares promete rivalizar com o pontapé fulminante de Moussa Marega. Otávio, o melhor jogador em campo, desenhou um lance repleto de beleza, recebeu de calcanhar de Luis Díaz e serviu o compatriota para o penúltimo golo da noite. Soares viria a bisar já ao cair do pano, novamente a passe de Otávio.

Um festim do novo campeão nacional, a plena demonstração de superioridade perante uma das boas equipas da Liga. Um menu à altura da noite de consagração, com a entrega do troféu referente à conquista do título.