Um ponto para cada lado. Santa Clara e Sporting de Braga empataram a um golo, nos Açores, num jogo equilibrado, onde o empate final afigura-se como o resultado mais justo. Um empate que só chegou nos instantes finais do jogo, com um livre direto de Lincoln aos 90+5 minutos, que permitiu ao Santa Clara não se afundar ainda mais na tabela.

À partida para o encontro, as duas equipas precisavam de vencer. Santa e Braga. Duas equipas longe do que delas se esperava para esta época. O Braga, com 12 pontos agora, ainda não conseguiu afinar o rendimento neste arranque de época.

Os açorianos, com apenas uma vitória, estão a viver uma longa ressaca da prestação europeia na Liga Conferência (intensificada por um surto de covid-19 que atingiu o plantel no mês passado).

FICHA DE JOGO E AO MINUTO NOS AÇORES

Foi para tentar esquecer o passado e começar a construir o futuro que ambas as equipas partiram para o jogo. A equipa da casa entrou mais decidida e logo aos quatro minutos esteve perto do golo. Boa iniciativa atacante dos açorianos, que culminou com uma finalização de Luiz Phellype que passou a rasar o poste esquerdo da baliza de Matheus.

Essa oportunidade de golo revelou um bom início do Santa Clara, que apareceu mais confortável no jogo, assumindo a posse de bola e obrigando o Braga a ficar na contenção (algo pouco habitual na equipa de Carlos Carvalhal).

Com o passar dos minutos, o Braga travou o ímpeto inicial do Santa e começou a subir no terreno. Aos 18 minutos, primeiro lance de perigo a favor dos Guerreiros: remate de meio da rua de André Horta para uma excelente defesa de Marco.

A meio da primeira parte, o jogo já tinha mudado de figura. O Braga assumiu o domínio da posse de bola e, instalado no meio-campo contrário, pôs em prática um tiki-taka à moda do Minho. O Santa Clara, por outro lado, recuou e procurou tapar os caminhos para baliza

DESTAQUES DO JOGO: Lincoln, um génio nos Açores

Apesar do domínio de bola por parte dos forasteiros, foi o Santa Clara quem esteve perto do golo aos 28 minutos. Cruzamento largo de Morita, certinho para os pés de Rui Costa, que, na cara da baliza, atirou por cima da barra.

Aliás, apesar de a primeira parte ter sido equilibrada, com ambas as equipas lutar pela posse de bola (um duelo ganho pelo Braga), o Santa Clara foi sempre a formação mais perigosa nos primeiros 45 minutos. Uns primeiros 45 minutos que, diga-se de passagem, primaram pela sonolência devido à pouca inspiração de parte a parte.  

 Para a segunda parte, Carvalhal colocou Moura pelo lugar de Galeno e o Braga conseguiu criar nos primeiros minutos do segundo tempo aquilo que não conseguiu em toda a primeira parte: uma clara oportunidade de golo. Aos 48, Mário González dentro da área, teve tudo para fazer o golo, mas não acertou bem na bola e desperdiçou uma excelente oportunidade para inaugurar o marcador.

Na segunda parte, o jogo ficou mais animado. As equipas passaram a arriscar mais e o perigo passou a rondar as duas balizas - mas a animação foi de pouca dura. Com as entradas de Chiquinho e Vitinha (para as saídas de Mário González e André Horta), o jogo voltou a arrefecer.

O Braga, com o domínio da bola, esteve sempre mais perto da baliza de Marco. A equipa de Carvalhal dava sinais de estar em crescendo no encontro. Aos 68 minutos, Ricardo Horta acertou em cheio na barra – e nas bancadas respirou-se de alívio.

O Santa Clara, contudo, não se limitava a defender. Aos 70, a equipa foi com tudo para a frente e colocou a defesa do Braga em sentido. Pouco depois, após um canto a favor dos açorianos, o Braga saiu em contra-ataque e esteve muito perto do golo. Remate de Iuri Medeiros e uma intervenção genial de Marco, que defendeu para canto. Canto batido e golo do Braga. Paulo Oliveira apareceu sem marcação na área e cabeceou para o fundo das redes açorianas. 71 minutos de jogo, 1-0 para o Braga.

Nos últimos 20 minutos do jogo, o Santa Clara carregou na busca pelo golo do empate. Aos 85 minutos, após um livre batido na área, Bouldini atirou por cima. Os açorianos bem tentaram, mas foram sempre perdulários no capítulo da finalização.

Por isso, só mesmo de bola parada. E assim foi. No último sopro do jogo, quando já passavam cinco minutos dos 90, Lincoln cobrou de forma exemplar um livre em zona central. A bola só acabou no fundo das redes. Um golo tardio que veio dar justiça ao marcador.

VÍDEO: o resumo do empate nos Açores