Talvez a altitude e o calor que se fez sentir no estádio da Choupana possam explicar alguma apatia do Sporting ao longo da primeira metade do encontro: é que os leões apenas três vezes remataram à baliza de Gottardi, e só por uma vez o fizeram com perigo.

Talvez por isso, no fim de contas, a equipa não tenha merecido a vitória que teve nas mãos durante tanto tempo: garantiu apenas um ponto e deixou fugir a hipótese de igualar o recorde de onze triunfos fora de casa num só campeonato. O recorde, esse, continuar a ser do Sporting de Paulo Bento.

Mais habituada ao seu reduto, entrou melhor a formação do Nacional, tentando surpreender o Sporting com a velocidade que colocava em campo. Logo aos 6 minutos Candeias subiu pela a ala esquerda e serviu Djaniny na perfeição no centro da área, mas o cabo-verdiano deslumbrou-se com as facilidades e cabeceou ao lado. Volvidos quatro minutos, seria a vez de João Aurélio desferir um remate de longe, que só por muito pouco não surpreendeu Rui Patrício.

O Sporting acordou então e por duas vezes visou a baliza de Gottardi, primeiro por Cédric, muito longe do alvo, e depois na sequência de um trabalho de Capel na esquerda que cruzou para o interior da área onde surgiu Slimani a cabecear enrolado, com André Martins na recarga a falhar escandalosamente.

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Mas a fogosidade leonina foi sol de pouca dura e o Nacional tornou a pegar no jogo, criando mais três grandes ocasiões de golo e fazendo dois jogadores se destacar em campo. Primeiro Djaniny, revelando-se extremamente perdulário ao enjeitar as três ocasiões, e depois Rui Patrício, negando o golo ao cabo-verdiano, à passagem do minuto 37, ao executar uma excelente defesa.

Curiosamente, seria neste período que o Sporting haveria de inaugurar marcador. Num lance que até nem trazia grande perigo, Cédric cruzou para a área e Campos, completamente livre de adversários, desentendeu-se consigo próprio e sem saber se fazia um atraso a Gottardi ou se colocava fora, acabou mesmo por introduzir a bola na própria baliza, deixando no ar um perfume a perfeita injustiça.

O Sporting ainda viu Gerson Magrão tentar a sua sorte de muito longe, mas o destino estava traçado e o intervalo haveria de chegar com a vantagem leonina.

A segunda parte primou por não ser tão bem jogada, mas o Nacional teve o condão de obrigar o Sporting a recuar linhas e a depressa deixar transparecer grandes dificuldades para travar a acção atacante dos da casa.

Ainda assim, ambos os guarda-redes acabaram por não ter grande trabalho, mas foi sem dúvida Rui Patrício quem viu a bola rondar mais a baliza. No entanto, até foi o Sporting a criar a primeira grande ocasião de golo da etapa complementar: Slimani acabou por falhar redondamente o alvo.

Destaques: Mexer e Candeias, os melhores em campo

Já o Nacional deu o primeiro grande aviso à passagem do minuto 70, com Rondon a responder ao cruzamento de Candeias com um cabeceamento à figura de Rui Patrício. O Nacional já justificava outro resultado quando chegou ao golo cinco minutos depois. Candeias subiu pela ala esquerda e efetuou um cruzamento remate que acertou no poste, sobrando depois para Reginaldo, que, na tentativa de remate acabou por servir Diego Barcellos para o golo do empate.

Até final, o Nacional ainda tentou inverter o marcador, mas a arte e o engenho acabaram por não ser os adequados para o conseguir. Ao invés, o Sporting por pouco não matou o jogo já bem perto do apito final, depois de um cabeceamento de Dier que levava selo de golo mas pouca direcção.

Os leões de Alvalade deixaram um pálida imagem na Choupana e o empate acaba mesmo por ser um mal menor para uma equipa que tão poucas oportunidades de golo criou.