O Sporting não conseguiu imitar o FC Porto e saiu de Coimbra com um empate depois de uma entrada que, em circunstâncias normais, teria bastado para segurar os três pontos. A expulsão perfeitamente escusada de William Carvalho e a incapacidade em lidar com a mudança tática do adversário deixou um amargo de boca na estreia de Marco Silva no banco.

Uma entrada séria e competente parecia ser suficiente para materializar o resultado, sem forçar muito a nota, que o tempo ainda é estival. A fraca oposição deu, por vezes, a ilusão de estarmos perante um Sporting com todos os problemas resolvidos, cheio de personalidade, em suma, pronto para a luta. A realidade esteve tão longe…

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A outra face chegou, como já se aflorou, a meio da segunda parte, quando a Briosa conseguiu por fim encher o peito, e beneficiar igualmente da superioridade numérica em campo para colocar algumas fragilidades leoninas a nu.

Nesses momentos valeu, também, o famigerado São Patrício, com uma defesa, por exemplo, a um grande remate de Magique, em período quase asfixiante dos homens de Paulo Sérgio. O pior chegou já nos descontos... Castigo pesado ou merecido? 

Entrada de leão 

O treinador leonino deixou bem vincadas as suas ideias quando escolheu o jovem Naby Sarr para ocupar o lugar que seria habitualmente de Rojo. O franco-senegalês foi o único reforço dos leões com direito a entrada no onze, superando a concorrência de Paulo Oliveira.  

Não haveria mais surpresas não fosse a aposta em Heldon em detrimento de Capel, porque a base deixada por Leonardo Jardim preencheu o resto, o expoente máximo da sucessão tranquila que o ex-técnico do Estoril vem preconizando.

Do outro lado, pelo contrário, houve uma revolução. Apenas quatro rostos do ano transato (Real, Piloto, Marcos Paulo e Rafael Lopes). Tudo o mais foram novidades, a começar pelo líder no banco, um antigo treinador do Sporting, por sinal. 

Os leões tomaram rapidamente conta do jogo, com Carrillo muito rematador, a abrir o marcador ainda cedo. Galvanizados, desperdiçaram um par de oportunidades de matar logo ali o encontro. Valeu também Cristiano, o melhor estudante em campo, e também o homem do jogo.

Pelo meio, a Académica pediu grande penalidade por mão de Jefferson, quando Rui Pedro tentava picar-lhe a bola por cima, mas fazia muito pouco para justificar outro resultado.

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Parecia que o Sporting tinha o jogo na mão quando William Carvalho (que infantilidade…) resolveu apimentar um pouco as coisas, «coroando» uma exibição já de si bastante cinzenta com um segundo amarelo e respetiva saída abrupta para os balneários.

Por esta altura, a Académica já mostrava mais um pouco em campo e Rafael Lopes, de resto, havia acabado de falhar a melhor ocasião da equipa, depois de um belíssimo cruzamento do recém-entrado Magique.

O mesmo jogador haveria de proporcionar a Rui Patrício a defesa da noite, num daqueles voos em que o titular das redes leoninas e da Seleção se revela tão eficaz como decisivo. Mas a verdade é que com a Briosa a agigantar-se, sobretudo pela entrada de Magique, o jogo virou.

Também poderia ter caído para o lado do Sporting o segundo golo, mas Cristiano segurou o remate de Montero e deu o elã necessário para que, pouco depois, Rafael Lopes fizesse aquilo que parecia iminente. Jogava-se o primeiro minuto de compensação. 

No final, fica um ponto para lado e a certeza de que o leão ainda tem muitas pontas soltas para amarrar.