Declarações do treinador do Rio Ave, Carlos Carvalhal, na sala de imprensa do Estádio do Rio Ave FC, após o empate ante o Famalicão (2-2), em jogo da 19.ª jornada da Liga:

«Grande jogo, duas equipas boas, organizadas, com qualidade, numa primeira parte que o Famalicão jogou muitíssimo bem. Não diria que terá surpreendido. Cometemos erros na construção onde normalmente somos fortes, erros determinantes para o Famalicão fazer golos. Mas não é por causa desses erros que abdicamos da nossa forma de jogar. O Famalicão domino, podia até ter feito mais um [golo], nós também podíamos ter feito numa ou duas situações, mas esporádicas.»

«Na segunda parte alterámos o sistema, passámos a jogar com três, tivemos largura com o Mané e o Nuno, o Diego mais perto do Assunção e o Dala e o Mehdi perto dos centrais. Tivemos qualidade, bola, fomos agressivos na perda, porque nestes riscos, se não formos equilibrados, defensivamente podia ser fatal. Tivemos sempre equilibrados, quando isso não aconteceu reagrupámos bem e com isso conseguimos o 2-1, o 2-2 e tivemos até oportunidade para chegar ao 3-2 da mesma forma que o Famalicão teve para chegar ao 3-0. Resultado ajusta-se, num grande jogo. Quem viu, foi uma boa propaganda para o futebol português, duas equipas positivas a querer ganhar.»

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«Na primeira volta, nestes jogos, tínhamos um ponto. Desta vez temos mais três, estamos melhores em termos pontuais e exibicionais e este é daqueles pontos que dá uma saúde do caraças. Terminámos mais do que inteiros e foi um jogo, tal como em Guimarães, de sangue, suor e lágrimas.»

[Porque é que não esgotou as substituições:] «Mexemos para tentar ganhar, a equipa começa a jogar bem, faz o 1-2, o 2-2 e depois o treinador tem de esperar para ver o que vai acontecer. A intenção foi marcar o 3-2 e se marcamos, se calhar tenho de compor a quatro mais uma vez. Se há uma lesão, teria de ter essa arma. Como a equipa reagiu bem, não tive necessidade de fazer essa terceira alteração.»

[Gelson Dala e Musrati:] «O Dala vem trazer um perfume do futebol africano, a irreverência, qualidade que tem, transporta isso para jogo. É uma mais-valia. O Musrati era imperativo na equipa. Não entrou, esteve quase. Vai ser útil, é de grande capacidade técnica, leitura, em todos os momentos é forte: a defender, a atacar. Recordo só dois jogos, na segunda parte no Benfica para a Taça e em Guimarães: todos os jogadores que tínhamos do meio campo estavam em campo. Tivéssemos o Musrati, teria sido importante.»