Carlos Carvalhal, treinador do Rio Ave, em declarações após o triunfo sobre o Tondela na 22ª Jornada da Liga:

«Esperava as dificuldades que encontrámos. Na primeira parte fomos melhores, já devíamos estar a ganhar ao intervalo. Na segunda parte, o Tondela ciou-nos dificuldades. Fomos sentindo que havia algumas alterações no posicionamento dos jogadores. Há aquela máxima de que quem não marca sofre, decidimos estabilizar as alas, baixar o bloco. Depois jogámos com o Diego perto do Taremi e foi um assalto, a tentar desposicionar o adversário. Com este posicionamento conseguimos o golo. O Tondela fez o empate num lance de penalti, fica a opinião de quem o viu. Fomos à procura da felicidade e conseguimos, também em função do que foi a primeira parte. Um jogo taticamente bem jogado, muito difícil»

[Por que não jogou Felipe Augusto?]

«Teve um problema no pescoço, um torcicolo. Ficou de fora por isso. O Al Musrati é de grande qualidade, tem um passe quase sempre para a frente, muito positivo, na forma como corta a bola. Tem uma grande presença física, embora não seja o que procuramos, mas já que a tem, ótimo. Dá-nos uma riqueza grande. É um jogador mais perto do Jambor, sendo que este é mais um 6, que era o que queríamos desde o início da época e estamos muito satisfeitos com ele»

[Reação no banco ao que era o jogo]

«Os jogadores percebem quando somos destemidos ou cautelosos. Uma das situações que podemos abordar é o discurso e outra é as ações, e essas foram todas para ganhar o jogo. Há uma boa empatia entre nós e os jogadores. Foram inexcedíveis. O Rio Ave tem pouca visibilidade, chegam três ou quatro linhas aos jornais, mas fomos preparados para jogar em vários sistemas e preparados para alternância. No início, tivemos enormes dificuldades, mas foram inexcedíveis na forma como entenderam as ideias. Baseamos a equipa mais por conceitos do que propriamente pelo sistema. Entendo neste momento que os jogadores estão valorizados, porque têm uma maior compreensão tática. O Matheus Reis tinha dificuldades defensivas e, neste momento, é um dos defesas mais completos do futebol português. Podia dar aqui mais exemplos, mas isso exemplifica como eles se valorizam e não tenho dúvidas que estão mais valorizados»

[Os objetivos deste Rio Ave?]

«Conheço bem o futebol português, o caminho do Rio Ave tem de ser jogo a jogo, tem de tentar vencer todos os jogos. Não defino uma meta para o Rio Ave, vamos concentrar-nos apenas jogo a jogo e no final logo veremos a posição em que ficamos»

«Estamos satisfeitos, a jogar bem. Para nós, não é só os resultados que contam. A equipa atingiu um nível de maturação muito alto. Ganhámos muito bem alguns dos jogos. Noutros soubemos sofrer e isso é muito bom para nós. Mas não tiramos os pés do chão, estamos focados no próximo jogo, e muito mais focados no caminho do que no destino»

[Rio Ave joga para a Europa?]

«Mesmo a faltar uma jornada para o final, não vou mudar o meu discurso. É jogo a jogo, tentar fazer de cada jogo um momento de superação, jogar bom futebol, positivo, e ganhar jogos, é o nosso propósito. Recordes, sinceramente, não sou muito ligado a essas coisas, há que tentar vencer o próximo jogo. Se bater algum recorde será consequência do trabalho».