Treinador do Rio Ave, Carlos Carvalhal afirmou que os clubes da Liga viverão no caos se a competição não regressar, como está previsto.

Em entrevista ao The Guardian, o técnico vila-condense defendeu que a dependência dos emblemas nacionais em relação às receitas dos direitos televisivos obrigam à retoma do futebol.

«Sabemos que corremos alguns riscos. Mas precisamos de salvar o futebol em Portugal. Se não jogarmos, será o caos em todos os clubes. Ninguém nos pressionou, mas entendemos a situação», começou por dizer.

«Ao mesmo tempo, o estado de emergência acabou. Portanto, a minha esperança é que, se continuarmos com o nosso trabalho respeitando as regras, talvez possamos dar um exemplo à sociedade», prosseguiu.

Carvalhal explicou depois como tem sido o regresso aos treinos com as condicionantes do isolamento social imposto pela covid-19: «Não posso dizer que não gosto do desafio. Estamos sempre a usar o cérebro. Temos de ser tão criativos a tentar simular o jogo. Como posso fazer os jogadores – quando um está aqui, outro está ali e outro está 20 metros mais longe – pensarem que estão a jogar um jogo de futebol? E como é que eles podem fazer o trabalho tático? É um teste interessante.»

«Antes desta situação, nem sabia que tinha flores no meu jardim. Quando isto [crise do novo coronavírus] acabar, acredito que vou estar sempre a olhar para as minhas flores. Estou a falar simbolicamente. Podemos olhar para as pequenas coisas, não apenas para as grandes», atirou, sobre a situação que se vive devido à pandemia de covid-19.

Carvalhal disse ainda que acredita que vai regressar ao futebol inglês já na próxima temporada e revelou que estava pronto para ligar a José Mourinho, isto porque o «seu» Rio Ave está perto de bater o recorde de mais jogos sem derrotas do clube.

«Estava pronto para telefonar ao Mourinho depois do décimo jogo [sem derrotas]. Só para dizer: ‘Aplausos para o teu pai: batemos o recorde, mas sou teu amigo e o teu pai era um grande treinador.»