Miguel Cardoso, treinador do Rio Ave, em declarações na sala de imprensa do estádio dos vilacondenses, após a derrota por 1-0 frente ao Famalicão, em jogo da 20.ª jornada da Liga:

«A expulsão alterou tudo o que era o plano de jogo e estabeleceu níveis de expectativa diferentes. Isso no plano teórico, porque na prática o Rio Ave mostrou que estava dentro do jogo. Não há dúvidas nenhumas sobre qual foi a melhor equipa em campo. Só um golo fortuito é que não permitiu que tivéssemos estabilidade para conseguir um resultado diferente.

Uma palavra de exaltação do trabalho de equipa, que soube perceber o que tínhamos de fazer, soube organizar-se e a partir dessa organização sair para o ataque, ter bola e colocar o Famalicão como se fosse a equipa que tinha menos um. Isso mostra resiliência mental para resistir a um conjunto de agressões emocionais que sentimos desde o início.»

Ser o último ou não não é a forma de ver as cosias. Estar em último ou não é mais um estado emocional. Esta equipa do Famalicão não tem nada a ver com a que começou. São praticamente duas equipas que estão a fazer duas fases diferentes.

Não estamos satisfeitos por não termos conseguido manter a série de resultados, mas mantemos a série de coisas boas. Temos consciência de onde vimos, da dedicação diária dos jogadores, da qualidade que a equipa conseguiu colocar no contexto que enfrentou. 

Ao intervalo foi necessário fazer uma reflexão em conjunto sobre o caminho da segunda parte. Face ao contexto, a equipa reorganizou-se e discutiu o jogo. Ouvi gritarem da bancada: 'Chutem à baliza!'. Pode parecer simples, mas os contextos de agressão emocional foram muito duros desde o início. Acho que a equipa esteve muito bem. Acreditámos que se fossemos capazes chegar ao golo, iríamos colocar o Famalicão em stress emocional. 

Sabíamos que não íamos ter muitas oportunidades. Não é fácil criá-las. O Famalicão ia fechar-se à espera de um erro nosso para chegar ao golo e fechar o jogo. Acreditávamos que poderíamos marcar, não conseguimos, mas isso não retira nada à atitude da equipa.»