A FIGURA: Rúben Dias. Adeus a um líder hoje de braçadeira?

Abraços mais calorosos do que o habitual, a braçadeira de capitão. Se dúvidas houvesse, hoje ficaram desfeitas. A não ser que haja um plot twist de última hora, os sinais foram elucidativos: Rúben Dias está mesmo de saída do Benfica. Àquele que terá sido o último de 137 jogos com a camisola principal dos encarnados, o central juntou-lhe um golo e uma noite sem sobressaltos no plano defensivo.

O MOMENTO: golo de Rúben Dias. MINUTO 20

Momento carregado de simbolismo no Estádio da Luz. Rúben Dias subiu ao segundo poste e marcou num golpe de cabeça. Um golo que lançou o Benfica para a vitória. E para uma despedida em beleza

OUTROS DESTAQUES

Everton: foi dele o canto que resultou no 1-0 da autoria de Rúben Dias. Falso extremo, fantasista e pistoleiro a tempo inteiro. Quase marcou aos 37 minutos e não andou longe disso noutras tentativas dentro e fora da área. Grande jogador, este internacional brasileiro, embora continue a parecer que pode ainda dar mais.

André Almeida: a pouca atividade do Moreirense pelo corredor esquerdo permitiu ao lateral encarnado subir no terreno e envolver-se de forma interessante no processo ofensivo. Conseguiu boas combinações e cruzamentos perigosos. Foi dele o passe em profundidade para Darwin no lance que culminou no segundo golo, apontado por Seferovic. Ainda rematou ao poste.

Waldschmidt: não foi titular no primeiro jogo oficial da época, na Grécia, e a amostra que deixou nos dois jogos seguintes permite-nos dizer com propriedade que fez muita falta à equipa de Jorge Jesus. Depois de bisar em Famalicão, o novo dez das águias voltou a exibir-se em bom plano. Não tem a velocidade de Rafa, nem o remate de Everton, mas revela uma inteligência capacidade quase inigualáveis para descobrir companheiros a entrar nas costas dos defesas adversários. Talvez não fosse a isto que Jesus se referia quando usou o termo «esticar o jogo», mas o alemão estica-o como poucos. E para a frente! A ocasião desperdiçada aos 59 minutos foi a pecha numa exibição positiva.

Darwin: procurou incansavelmente o golo que ainda não chegou neste sábado. Teve um golo anulado por fora de jogo e não lhe faltaram tentativas, mas hoje voltou a vestir o papel de assistente, ao servir Seferovic no lance do 2-0.

Mateus Pasinato: negou duas vezes o golo a Everton e evitou que Pizzi marcasse. Tudo isto anda com 1-0 no marcador, resultado que mantinha os cónegos na luta. Seguro nos remates de meia distância e lesto a sair dos postes.

Rosic: D’Alberto foi o melhor do quarteto defensivo dos cónegos. Tal como Steven Vitória, o central sérvio sentiu muitas dificuldades para segurar a avalanche ofensiva encarnada, mas merece o destaque pelos dois cortes que evitaram golos do Benfica. O primeiro num remate de Rafa e o segundo, na etapa complementar, a negar o golo a Waldschmidt com Pasinato fora da baliza.