Um golo de Samuel Lino, anotado aos 32 minutos, permitiu ao Gil Vicente interromper uma série de três jogos sem vencer à custa de um Marítimo que, por sua vez, entrou no jogo com o mesmo número de vitórias seguidas. Num duelo entre equipas que lutam pela permanência na I Liga, os minhotos acabaram por regressar a casa mais tranquilos em termos de classificação, e com justiça, uma vez que foram mais equipa que os madeirenses.  

Como esperado, o duelo arrancou com o Marítimo a ceder a iniciativa ao Gil Vicente, com a turma madeirense claramente apostada nas transições rápidas para tentar surpreender um conjunto minhoto que, tal como havia avisado Ricardo Soares na antevisão, entrou a querer impor o seu jogo, assente em processos simples, pensados com muita paciência mas sem grande intensidade. 

As transições do do Marítimo também padeciam do mesmo mal, pelo que o primeiro quarto de hora, apesar de oferecer vários lances juntos da cada área, apenas ofereceram dois lances para mexer com o marcador. 

Aos 9 minutos, Alipour foi isolado na área por Edgar Costa e protagonizou a primeira grande ocasião de golo, mas não conseguiu bater o guardião Dennis, que travou o remate forte do iraniano com uma grande defesa. O esférico ainda sobrou para Joel, mas o remate, cruzado, saiu ao lado. 

Passados quatro minutos, Joel Pereira apareceu bem nas costas da defesa do Marítimo, após um belo passe de Pedrinho, mas o lateral, em rotação, tentou um desvio que morreu nas mãos do atento Amir.

Os minhotos começaram a ganhar ascendente nas movimentações ofensivas, para desespero de Julio Velázquez, que vinha exigindo mais atitude aos seus jogadores, sobretudo no exercício de uma pressão mais intensa à entrada do meio campo defensivo.

As chamadas de atenção do técnico espanhol surtiram algum efeito, uma vez que a equipa madeirense começou a subir as linhas, e aproximar-se mais do último reduto dos gilistas, sem grandes efeitos práticos, e traduzidos em lances de bola parada sem grande perigo para Denis.

Foi quando o jogo já estava a ser disputado numa toada de parada e resposta que a paciência do Gil Vicente acabou por ser compensada. Aos 32, Vítor Carvalho leu bem a posição de Samuel Lino e, com um passe bem medido, isolou o avançado brasileiro que, com tempo e espaço, rematou forte e fora do alcance de Amir, com a bola ainda a embater no poste antes de entrar. 

O lance chegou a ser anulado inicialmente por Rui Costa, por pretenso fora-de-jogo, mas após a análise do VAR (Winck estava a colocar Samuel Lino em jogo por 32 centímetros) o golo foi validado.

A turma insular procurou uma reação, mas a equipa de Ricardo Soares, que passou a ficar mais confortável no jogo, fechou bem os espaços e acabou por ir para o descanso com o jogo perfeitamente controlado, o que mereceu a reação de Julio Velázquez, que lançou Hermes e Correa, por troca com China e Pelágio, para tentar inverter o rumo do jogo no segundo tempo.

Em desvantagem, o Marítimo reentrou na partida mais adiantado no terreno, e também mais intenso, até porque a formação minhota passou a ceder a iniciativa. Coube, no entanto, ao Gil Vicente, através de Rúben Fernandes, criar o primeiro lance de perigo, aos 53, na sequência de um livre cobrado por Pedrinho, que levou a bola a passar muito perto da baliza do Marítimo.

Os verde-rubros só conseguiram reagir aos 12 minutos depois, mas o cabeceamento de Joel Tagueu, a um cruzamento na direita, saiu ao lado. Aos 76 foi a vez de Léo Andrade dispor de uma boa ocasião, também de cabeça, mas atirou muito por cima. 

A formação minhota, agora em modo contenção, sentia-se confiante a defender, e fazia-o com muita eficácia com o andar do relógio, já que o Marítimo, revelava poucas soluções e muita falta de critério uma vez chegado à área de Denis. A única exceção a esta regra aconteceu aos 90, quando Joel Tagueu, após receber de forma orientada, ficou só com o guardião minhoto pela frente, mas Denis foi lesto a sair dos postes e a desviar o remate. 

Seguiram-se quatro minutos de tempo extra, mas praticamente com a bola a ser disputada a meio campo, tal como pretendia a equipa que estava em vantagem.