O Santa Clara venceu o Paços de Ferreira por 2-0, nos Açores, ultrapassando os ‘castores’ na classificação. Uma vitória clara da equipa de Mário Silva, que aproveitou a expulsão precoce do guarda-redes adversário para construir uma exibição segura.

Mas vamos ao filme do jogo – e ao respetivo contexto. Com a permanência assegurada e a Europa impossível, as duas equipas partiram para o encontro com a vida resolvida, mas com o aliciante de poderem subir na tabela classificativa. Na antevisão ao encontro, o treinador do Santa Clara deixou o desafio aos jogadores: o objetivo até ao final é alcançar a melhor classificação possível.

Separados por um ponto na classificação, o encontro era um passo fundamental para definir a posição final de cada equipa. Estava em causa a luta pelo sétimo lugar.

E o Santa Clara entrou decidido em ultrapassar os ‘castores’ na classificação. Logo aos quatro minutos, Tagawa esteve perto do golo, mas Vekic, com uma grande intervenção, negou o golo ao japonês.

Mas, depois de uma grande defesa, veio um grande erro. Aos cinco minutos, perante a ameaça de Rui Costa, o guardião pacence saiu da baliza e socou a bola… mas fora da área. Erro displicente do esloveno, que recebeu ordem de expulsão com vermelho direto.

Se a vida já se antevia difícil para a formação de César Peixoto, uma vez que iria jogar quase todo o jogo com menos elemento, mais complicada ficou no momento seguinte. É que na cobrança da falta, Lincoln, de livre direto, não deu hipótese e rematou forte para o fundo das redes. Estava feito o 1-0.

O golo precoce norteou o rumo do jogo. O Santa Clara fez por reduzir a intensidade da partida, resgatou a posse de bola e criou um bloco compacto e bastante subido no relvado. Em muitos casos, mesmo quando o Paços de Ferreira tinha a posse de bola, os açorianos estavam com todos os jogadores no meio-campo contrário.

Já a equipa pacense não teve argumentos para acelerar o ritmo do jogo, mas esforçou-se por manter a sua típica filosofia de jogo, assente na posse de bola e na construção a partir de trás.

Ainda assim foram escassos os lances de perigo ao longo do primeiro tempo. Aos 41 minutos, uma exceção: após um livre lateral, Rui Costa apareceu sozinho na área, mas o remate saiu desenquadrado e por cima da baliza contrária.

Para a segunda parte, Peixoto meteu em campo Nuno Lima e Matchoi (pelo lugar de Bastos e Rui Pires), mas o jogo mudou pouco de feição. O Santa Clara continuou a controlar a partida, mantendo a posse de bola junto da baliza adversária e dispondo de alguns lances perigosos que a defesa pacense foi aliviando com maior ou menor esforço.

Aos 67 minutos, mesmo sem forçar muito, o Santa Clara iria chegar ao segundo golo. Foram precisas três tentativas. Primeiro, foi Rui Costa que lhe viu ser tirado o ‘pão da boca’ com um corte tangencial de Baixinho; a bola sobrou para Lincoln que rematou para uma grande defesa de Jeimes; por último, Ricardinho, não facilitou e rematou mesmo para o fundo das redes.

O jogo ficou praticamente fechado com o segundo golo, um desfecho espelhado pela atitude do Paços de Ferreira, que a partir daí atirou a toalha ao chão. Valeu Jeimes aos ‘castores’ que evitou que o jogo acabasse com um resultado mais dilatado. Com duas grandes defesas, o guardião, que começou no banco, impediu que Mohebi e João Afonso, aos 77 e 79, ampliassem a vantagem açoriana.

Quando não foi o guarda-redes, foi a falta de engenho dos atacantes do Santa Clara. Num contra-ataque, Ricardinho na cara do golo entregou a Óscar Barreto a oportunidade, mas o colombiano fez o mais difícil e atirou ao lado. No final, uma vantagem de dois golos foi o mal menor para o Paços de Ferreira.