Um Rio Ave competente para um Santa Clara sem argumentos. Os vila-condenses venceram o Santa Clara nos Açores por 2-0, na partida que abriu a 25.ª jornada do campeonato. Uma vitória que só não ganhou contornos de goleada devido à exibição do guarda-redes Gabriel.
Com a vitória, o Rio Ave continua firme na luta pela presença na tabela superior do campeonato.
No lado oposto está o Santa Clara: o lanterna vermelha do campeonato fica a rezar para ver o que fazem Marítimo e Paços de Ferreira para não se afundar no último lugar. A última vez que os açorianos venceram no campeonato foi a 14 de novembro de 2022 (frente ao Estoril por 3-1).
Mas vamos por partes.
O jogo começou vivo nos Açores com as duas equipas de olhos postos na baliza. Aos dois minutos, o primeiro aviso pertenceu ao Rio Ave: após um livre, Patrick William apareceu sozinho na área, mas não conseguiu enquadrar o cabeceamento.
O Santa Clara, apesar da falta de critério no último passe, procurou explorar a largura do terreno e foi mais agressivo sob a bola do que o usual. Os açorianos chegaram a pisar terrenos perigosos, sem, contudo, conseguir criar verdadeiras oportunidades de golo.
Com o passar dos minutos, o Rio Ave assumiu o domínio do encontro, controlando a posse de bola a seu bel-prazer e imprimindo uma intensidade ofensiva difícil de suster para os açorianos. Ao Santa Clara, que depois do fôlego inicial passou a atacar apenas através de contra-ataques, valeu o guarda-redes Gabriel Batista.
Imparável. O brasileiro esteve em destaque, defendendo várias tentativas dos vila-condenses, que passaram a ter cada vez mais facilidades para criar lances perigosos. Aos 21 sacudiu um remate de Costinha, aos 27 fez uma excelente defesa a remate de André Pereira e um minuto depois voltou a evitar o golo a cabeceamento de Aderllan.
Nem de penálti foi batido. Em cima do intervalo, o árbitro Gustavo Correia, após uma longa conversa com o VAR e depois de ele próprio ter ido consultar as imagens, assinalou penálti por corte de Calila com a mão.
Na cobrança, André Pereira atirou para a sua esquerda, Gabriel atirou-se para a sua direita e defendeu a bola com classe. Gigante entre os postes. Nas bancadas festejou-se como se de um golo se tratasse.
Para bater Gabriel só mesmo um jogador do Santa Clara. Sim, caro leitor, leu bem. Já na segunda parte, aos 50 minutos, André Pereira cruzou enquanto escorregou, e, em cima da linha de golo, ítalo introduziu a bola na própria baliza.
Em vantagem, os «caxineiros» continuaram a dominar o jogo perante um impotente Santa Clara, que se apresentou, mais uma vez, sem qualquer fio condutor. Ainda assim, Gabriel continuou a ser um quebra-cabeça para o adversário: aos 63 mais uma grande defesa a negar o golo a Boateng.
Mas tantas vezes o cântaro vai à fonte que acaba por quebrar.
Aos 72 minutos, numa transição ofensiva rápida, o recém-entrado Ruiz encheu o pé e rematou certeiro para o fundo das redes. Uma grande finalização. Indefensável: desta vez, Gabriel Batista nada podia fazer.
Até ao final, o Rio Ave diminuiu a intensidade, mas o jogo não mudou de feição. O Santa Clara pouco conseguiu fazer. Futuro muito incerto para a turma dos Açores.