A figura: Seferovic

Pareceu algo ansioso na primeira parte, até pela forma como reagiu a alguns lances desaproveitados, desde logo aquele em que se antecipou de cabeça ao guarda-redes mas viu a bola sair por cima. Na segunda parte assumiu protagonismo incontornável, ao apontar os dois golos (praticamente seguidos) que sustentaram o triunfo do Benfica, e teve a possibilidade de libertar toda a tensão acumulada. É agora o segundo melhor marcador da Liga, com 11 golos, a quatro do sportinguista Pedro Gonçalves.

O momento: minuto 55

Pressionado pelos cinco jogos consecutivos sem ganhar fora de casa, na Liga, o Benfica ido para o intervalo empatado a zero com o Belenenses, mas no regresso ao relvado do Jamor incutiu uma dinâmica bem mais forte do que aquela com que iniciou o jogo, e acabou por chegar à vantagem ao minuto 55. Jorge Jesus já preparava as primeiras substituições quando, na sequência de um ataque rápido, Seferovic inaugurou o marcador a cruzamento de Grimaldo.

Outros destaques:

Grimaldo

O lateral espanhol tem estado muito distante do seu melhor nível, aqui e ali evidenciando algum cansaço, mas no Jamor deu alguns sinais daquele Grimaldo que era extremamente influente no plano ofensivo, ao fazer a assistência para o primeiro e para o terceiro golo.

Diogo Gonçalves

Por vezes parece gostar de entrar em caminhos apertados, onde o espaço parece insuficiente para furar, mas é esta vontade de desequilibrar que o Benfica precisa, muitas vezes. É dos poucos que tenta fugir ao guião, que tenta abanar o jogo, mesmo que isso signifique perder a bola aqui ou ali. É verdade que ainda pode evoluir muito, sobretudo nesta gestão do risco, na definição dos momentos em que deve ser conservador e as alturas em que deve ir para o desequilíbrio, mas a atitude audaz foi premiada com a assistência para o segundo golo.

Lucas Veríssimo

Estreia a marcar, ao quinto jogo pelo Benfica. Curiosamente, frente ao mesmo adversário e no palco em que Luisão, o antigo dono da camisola 4, festejou o primeiro golo pelo Benfica, a 14 de setembro de 2003. No caso de Luisão o golo surgiu logo no primeiro jogo de águia ao peito, mas Lucas Veríssimo também não tardou muito a alcançar esse objetivo, e para além disso voltou a mostrar segurança no eixo defensivo, ao lado de Otamendi, conseguindo responder à velocidade dos avançados adversários.

Varela

O melhor período do Belenenses – os últimos quinze minutos da primeira parte, sensivelmente – esteve muito associado ao rendimento do internacional português, e em concreto à passagem para o corredor direito. Testou a segurança de Helton Leite em duas ocasiões, a segunda das quais terá aquecido as mãos do guarda-redes do Benfica, e pelo meio ainda serviu Ruben Lima para um remate que saiu para a bancada.