O Benfica garantiu o sexto consecutivo na Liga, o sétimo jogo seguido sem sofrer golos na competição e um dos resultados mais volumosos da época na visita ao quinto classificado (0-5), um Paços de Ferreira que quebrou após a expulsão precoce mas justificada de Stephen Eustáquio, ao minuto 22.

Se a equipa de Jorge Jesus atravessa o melhor momento da temporada, Haris Seferovic assinou um das melhores exibições com a camisola encarnada, terminando o encontro com dois golos e duas assistências. Foi noite de chocolate suíço na Mata Real.

FICHA DE JOGO E NOTAS

Jesus contrariou a velha máxima da equipa que vence e não se mexe. O treinador do Benfica recuperou o esquema de três centrais, sacrificando Everton para lançar Vertonghen e garantir proteção nas costas para os laterais ofensivos, Diogo Gonçalves e Grimaldo.

Seria um dos laterais, precisamente, a inaugurar a contagem na Mata Real. Já ao minuto 38, depois de várias ocorrências a que voltaremos mais adiante, o experiente Luiz Carlos cansou-se do pontapé para a frente e tentou sair a jogar. O mau passe permitiu a Diogo Gonçalves entrar na área pela direita e rematar forte. Jordi, gigante em vários momentos, podia ter feito melhor.

DESTAQUES DO P. FERREIRA-BENFICA

Por essa altura, importa salientar, o Paços de Ferreira já estava limitado a dez elementos. Como se não bastassem as contrariedades para formar o onze – Douglas Tanque castigado, João Pedro suspenso pelo clube, Luther Singh a cumprir quarentena -, Stephen Eustáquio foi expulso após entrada dura sobre Weigl.

O placard eletrónico assinalava 22 minutos de jogo quando Eustáquio foi tomar banho, mas tinha havido pouco futebol até então. Waldschmidt caiu na área em lance com Jordi, jogo parado para avaliação do VAR. Seferovic isolou-se e foi derrubado pelo guarda-redes do Paços, antes de ser assinalada a posição irregular, de novo jogo parado.

À terceira, o VAR serviu para alterar a decisão da equipa de arbitragem. Stephen Eustáquio ganhou a Rafa e lançou Bruno Costa, o ex-FC Porto devolveu, o internacional canadiano permitiu a recuperação de Rafa e, já sem hipóteses de chegar à bola, entrou de sola à perna de Weigl. Hugo Miguel começou por mostrar o cartão amarelo e, depois de rever as imagens – nova paragem -, decidiu-se pela expulsão.

O Benfica, sem responsabilidade na matéria, cresceu naturalmente a partir desse momento e foi criando lances de perigo para a baliza de Jordi, que acumulou várias defesas de enorme qualidade do longo do encontro, com destaque para a intervenção ao minuto 43, a remate de Waldschmidt.

Haris Seferovic assumiu-se como o principal foco de perigo para a baliza do Paços, ganhando inúmeros duelos a Marcelo. Já após o 0-1 de Diogo Gonçalves (38m), o suíço teve uma leitura excelente de jogo e lançou Rafa para o 0-2, antes de ele prório marcar o terceiro, na sequência de um belíssimo trabalho de Taarabt.

Ao intervalo, a equipa de Jorge Jesus já dispunha de uma vantagem confortável. O treinador do Benfica trocou Diogo Gonçalves por Gilberto, depois Rafa e Waldschmidt por Pizzi e Everton. Na prática, nada mudou. Com dez, o Paços pouco mais vazia do que tentar anular os sucessivos lances de perigo do adversário.

O exercício de circulação e finalização do Benfica traduziu-se em mais dois golos, ambos com o cunho do inevitável Seferovic. No 0-4, o suíço fugiu a Maracás e disparou a meia altura, à entrada da área. Já ao cair do pano, assistiu o recém-entrado Darwin para o derradeiro tento do encontro. O jovem internacional uruguaio não marcava desde 11 de fevereiro e emocionou-se nos festejos. Castigo demasiado pesado para um Paços de Ferreira que manteve a dignidade até ao final.