O Sp. Braga goleou nesta quinta-feira o Santa Clara por 4-0 nos Açores em jogo da 15.ª jornada da Liga. Uma vitória fácil para os guerreiros, que “esmagaram” a equipa açoriana. A derrota, que até podia ter atingido proporções históricas, faz soar sinais de alarme no Santa Clara.

Indo por partes. As duas equipas chegaram a esta jornada em circunstâncias bastante distintas. O Sp. Braga, terceiro classificado, viajou para os Açores com a motivação em alta devido à categórica vitória frente ao Benfica por 3-0, que destronou a invencibilidade dos ‘encarnados’.

Por outro lado, o instável Santa Clara tinha caído para o 15º. lugar após a derrota no último jogo diante do Gil Vicente, aproximando-se dos lugares de despromoção.

Dentro do campo, duas equipas com sistemas de jogo idênticos, que encaixaram um no outro, mas com um Sp. Braga muito mais intenso e decidido. Os forasteiros assumiram a posse de bola e exploraram o espaço entre linhas, enquanto o Santa Clara, mais recuado, tentou conter a pressão do adversário, não conseguindo construir a partir de trás devido à pressão alta dos minhotos.

A passividade da defesa insular iria custar caro. Aos 15 minutos, boa combinação ofensiva entre Racic, Sequeira e Abel Ruiz, num lance que terminou com a finalização certeira de Ricardo Horta. Estava feito o 1-0.

No minuto seguinte, novo golo. Com os jogadores do Santa Clara a aparentarem ser meros espetadores, o ataque bracarense fez ‘gato-sapato’ dos adversários. Ironia cruel: foi um açoriano, Iúri Medeiros, que ampliou a vantagem do Braga, após uma jogada que “esventrou” a defesa da formação de Mário Silva.

A partir do segundo golo o jogo mudou de feição. A equipa de Artur Jorge baixou o ritmo e recuou no terreno, mas continuou a controlar a posse de bola. O Santa Clara, apático, continuou sem critério para roubar a bola ao adversário e penetrar no último terço de terreno. Ao intervalo, tudo fácil para o conjunto bracarense.

Para a segunda parte, Mário Silva lançou Babi e Rildo (saíram Tagawa e Ricardinho), mas o encontro pouco mudou. Os minhotos continuaram a dominar o jogo e logo nos instantes iniciais do segundo tempo estiveram perto de marcar. Primeiro, foi Gabriel Batista quem evitou o golo a Sequeira. Depois, Paulo Oliveira atirou à barra.

Com as facilidades que o Sp. Braga tinha para chegar à baliza contrária, o terceiro golo era uma questão de tempo. Aos 53 minutos, assistência de Ricardo Horta e André Horta, com tanto espaço à sua frente, conduziu pelo corredor esquerdo até finalizar de forma certeira para o 3-0.

Aos 58 minutos, André Horta (outra vez!) atirou ao poste, num lance em que o árbitro marcou uma grande penalidade que acabou revertida com recurso ao VAR.

A partir daí, os minhotos limitaram-se a gerir o encontro, recuando no terreno e permitindo aos açorianos ter alguma posse de bola. O Santa Clara conseguiu o primeiro lance digno de registo aos 72 minutos, com um excelente remate de Rildo ao poste.

Mas bastava aos guerreiros acelerar para causar problemas aos açorianos. Aos 80 minutos, mais um golo. Gabriel Batista ainda defendeu o primeiro lance, mas a bola sobrou para Ricardo Horta que só teve de encostar, num lance que parecia uma jogada de treino do ataque minhoto.

Até ao final, o Sp. Braga até podia ter dilatado ainda mais a vantagem, mas o marcador não sofreu mais alterações, umas vezes por vicissitudes da sorte, outras devido às defesas de Batista. Um jogo de sentido único.