Na história do Desportivo de Chaves não constava, até esta época, qualquer triunfo em Alvalade. Esse borrego foi morto, há cinco jornadas. Seguindo a lista, depois de quatro jogos sem vencer, novo borrego para abater, desta feita na pedreira. Os flavienses saíram do Minho com um triunfo inédito (0-1) no reduto do Sp. Braga, agudizando a crise arsenalista.

Um golo do espanhol Héctor Hérnandez, no segundo minuto do encontro – estava decorrido exatamente um minuto e meio – deu a terceira vitória da época à equipa de Vítor Campelos, todas fora de portas, encaixando Desp. Chaves no meio da tabela classificativa.

Terceira derrota consecutiva do Sp. Braga, a segunda na Liga, a fazer soar os alarmes na pedreira. Após a entrada de rompante na presente época, três derrotas – neste jogo a equipa mais concretizadora da Liga ficou pela primeira vez em branco – fazem as dúvidas pairarem sobre a pedreira.

Golo a abrir: jogo frenético

O duelo na pedreira começou, então, praticamente com o golo do Desp. Chaves. Um minuto e meio foi o tempo que os pupilos de Vítor Campelos precisaram para abanar as redes. Jogada bem delineada pelos flavienses, João Teixeira vai à linha cruzar tenso – junto à relva – para Héctor fazer o desvio letal no interior da pequena área.

Um golo que teve o condão de abrir o jogo. Embate frenético com o Sp. Braga a responder de forma enérgica, ainda que atabalhoada, apanhando pela frente um Desp. Chaves personalizado. A equipa de Artur Jorge, com cinco mexidas comparativamente com a derrota europeia frente ao St. Gilloise, disferiu vários remates, mas quase sempre sem a convicção necessária. Lainez era o espelho disso. Titular pela primeira vez na Liga, o mexicano perdeu-se em slaloms sem efeitos práticos.

O lance de maior perigo dos bracarenses na primeira metade foi um cruzamento de Victor Gomez que, não saindo com as medidas pretendidas, acabou por pingar na baliza, embatendo no ferro. Tranquilo, o Desp. Chaves deu a ideia de por vezes se empolgar com a facilidade com que criava contragolpes, desperdiçando situações prometedoras que acabaram por não resultar em perigo. A rede ainda voltou a abanar, mas os flavienses não festejaram, uma vez que Abass estava em posição irregular.

Arsenalistas sem poder de fogo

Da primeira metade sobram muitos lances aguerridos, algumas quezílias, pedidos de grande penalidade e a desvantagem do Sp. Braga. Vitinha foi, por isso, lançado a jogo com os bracarenses a atacarem a segunda metade com três pontas de lança. Lainez, muito em jogo, mas pouco inspirado, foi o sacrificado.

Praticamente só deu Braga na segunda metade. Os arsenalistas lançaram-se ao ataque de forma desenfreada. Ia sendo suficiente a organização flaviense, a meias com o quebrar do ritmo de jogo que deixou o municipal bracarense à beira de um ataque de nervos. Várias bolas cruzaram a área, quase sempre com mais crença do que discernimento.

Foi o suficiente para matar mais um borrego. O Desportivo de Chaves sai da pedreira com os três pontos, mostrando-se uma equipa dotada para fazer história. Em vésperas de um duelo entre FC Porto e Benfica, o Sp. Braga cai para o terceiro lugar. Perdeu os três últimos jogos. Seguem-se cinco (!) jogos fora de portas.