Já se fazia contas à divisão de pontos no dérbi minhoto. A trituradora bracarense foi desmontada pelo Vitória em mais uma edição do dérbi minhoto, mas os guerreiros mostraram mais uma faceta: acreditaram, literalmente, até ao último suspiro para serem felizes no embate frente ao eterno rival (1-0).

Quando passavam oito minutos para lá dos noventa, num lance de bola parada, um heróis inesperado manteve o Sp. Braga na senda dos triunfos. Livre de André Horta para a área, onde aparece Vítor Tormena a desviar de cabeça para o fundo das redes.

Festejo imenso da pedreira, com quase 22 mil espectadores, a celebrar três pontos que, na verdade, na gíria minhoto valem muito mais do que isso. O Sp. Braga foi sempre mais equipa, teve mais ímpeto e procurou com mais insistência a baliza adversária. Vindo de três triunfos consecutivos e ainda sem ter ficado abaixo de três golos marcados esta temporada, somando dezassete golos nas quatro jornadas realizadas até agora, os arsenalistas desperdiçaram um penálti, por Ricardo Horta, a meio da segunda metade.

Arsenalistas assumem a despesa, mas conquistadores ameaçam consumir

Sem surpresas foi o Sp. Braga a assumir as despesas do jogo, lançando-se para o ataque perante um Vitória que fez por ser uma equipa coesa e organizada. Aos 3 minutos Iuri Medeiros atirou a centímetros do poste na sequência de um livre frontal à baliza na meia lua. Um indicador do tónico do jogo.

O conjunto de Artur Jorge teve mais bola, jogou mais no meio campo adversário, mas a realidade é que os lances de maior perigo até começaram por ser do Vitória. Matheus opôs-se bem a um remate violento de Anderson já no interior da área, e Nelson da Luz atirou ligeiramente ao lado quando apareceu na cara do guarda-redes arsenalista.

Assumiu, sem rodeios, a conta o Sp. Braga. Quase era o Vitória que consumia, mesmo sendo um conjunto mais operário do que virtuoso. De resto, três dos quatro elementos da defesa foram amareladas, obrigando Moreno a trocar Afonso Freitas por Zé Carlos ainda no decorrer da primeira metade, num exemplo das defesas dos vimaranenses.

Tormena compensa Ricardo Horta

Tentou equilibrar forças o V. Guimarães após perceber que até podia discutir o jogo. Subiu alguns metros no terreno de jogo no arranque da segunda metade. Trocou o esférico, mas sem capacidade para ter objetividade suficiente para provocar danos. Mantinha a toada o Sp. Braga aumentando gradualmente a pressão.

Quando estava cumprida sensivelmente uma hora de jogo o momento do jogo. Amaro derrubou Fabiano na área, dando origem a um castigo máximo. Ricardo Horta assumiu a cobrança, mas no frente a frente com Varela acabou por não conseguir enquadrar o esférico com a baliza. Remate ao lado no principal lance do encontro.

Carregou o Sp. Braga na reta final do encontro, esteve claramente por cima, mas ia faltando a veia finalizadora demonstrada  até agora.  Respirava quando podia o Vitória, segurando o dérbi sem golos. Até ao minuto  98.

Num tal lance de bola parada, Vítor Tormena foi à área adversária fazer a diferença. Quarto triunfo consecutivo do Sp. Braga, que segue no segundo lugar da tabela. Terceira derrota consecutiva do Vitória.