O Sp. Braga-V. Guimarães há muito que já não é «apenas mais um jogo do campeonato».
 
Não é só a questão de ser um dérbi regional. Trata-se de uma partida com carisma próprio, histórias antigas e recentes, rivalidade à flor da pele.
 
Será, até, o duelo mais apetecível de uma partida da Liga em que não entrem os três grandes.
 
Acresce, a tudo isto, que bracarenses e vimaranenses se encontraram esta noite em momento muito positivo para ambos.
 
O Braga, em franca recuperação, vinha de três vitórias e um empate nas quatro jornadas anteriores na Liga (com triunfo em Guimarães pelo meio para a Taça, ainda por cima); o Vitória aparecia na casa do rival com o lastro de cinco triunfos seguidos no campeonato.
 
Primeira parte promissora
 
Foi uma bela primeira parte. Bem jogada, com duas equipas a procurarem o golo.
 
O Braga entrou muito bem, com intenção, assentando o seu jogo ofensivo nas movimentações de Rafa e Éder, pela esquerda.
 
O V. Guimarães chegou a ter dificuldades em travar o caudal atacante nos primeiros dez/quinze minutos.
 
Mas apareceu, finalmente, pelo quarto de hora, sobretudo a partir de um remate de Alex, que obrigou Matheus a grande defesa.
 
Os dados estavam lançados: ia mesmo haver jogo aberto.
 
Confira a FICHA e AO VIVO do Sp. Braga-V. Guimarães
 
 
O Braga não se assustou com o lance e retomou a iniciativa.
 
Mas um episódio, pelos 17 minutos, tirou ritmo a um jogo que, até aí, estava a ser praticado em intensidade elevada. Choque violento entre Alvez e Tiba. O avançado vimaranense tentou prosseguir em campo, mas teve mesmo que sair, pelos 24.
 
Passado esse episódio, o jogo voltou a animar.
 
André André rápido, pelo meio, dá certeiro para Hernâni que remata cruzado, Santos, de cabeça, salva por pouco. O V. Guimarães esteve pertíssimo do 0-1.
 
Uma vez mais, o Braga não se ficou: em dois minutos, conseguiu três cantos. O Vitória replicou, Berard e Hernâni quase marcavam.
 
Confira a FICHA e AO VIVO do Sp. Braga-V. Guimarães

E assim se manteve o jogo até ao intervalo, em ritmo de toada e resposta, entre duas equipas que queriam muito marcar, mas que acabaram por, essencialmente, saber defender-se.
 
A tensão a subir
 
O segundo tempo não começou bem: menos jogadas de interesse, mais picardias, muitas paragens.
 
O que de bom tínhamos visto na primeira parte parece ter ficado nos respetivos balneários.

0-0 a desenhar-se
 
Se até ao intervalo o empate teria sido mais justo se tivesse golos (1-1 ou até 2-2), no segundo tempo o 0-0 começava a impor-se como resultado provável. 

O Braga deixou de conseguir jogar em ataque continuado. Rafa só pontualmente aparecia a desequilibrar. Eder praticamente desapareceu. 

O  V. Guimarães também quase deixou de conseguir sair com perigo para a zona defensiva bracarense. 

Do inconformismo mútuo da primeira parte, passou-se para um empate que até chegou a parecer conveniente para os dois. 

Final a ferver
 
Os últimos minutos não tiveram futebol. Foram uma explosão de nervos, protestos, expulsões. Saiu a perder o dérbi, o espetáculo e as três equipas. 

Era escusado, mas tem a ver com o tal carisma muito próprio que este duelo já tem.