Na presente temporada os responsáveis do Sporting recusaram sempre assumir uma candidatura ao título, mesmo quando a equipa ocupava o primeiro lugar, mas para a próxima época o cenário será diferente.

Em entrevista à TVI24, nesta quinta-feira, o presidente leonino não hesitou em reconhecer que pensa ser campeão em 2014/15: «Espero ser campeão em breve, pois o Sporting tem de ser isso. A partir da próxima época teremos de assumir aquilo que é natural para nós, que é sermos candidatos ao título.» 

«William? Não estamos vendedores»

Mesmo assim, e ainda que seja garantida a presença na Liga dos Campeões, o orçamento não será alterado. A contenção orçamental veio para ficar, o presidente leonino espera que os rivais continuem com uma política diferente «por muito anos». «Os outros clubes vão ter de acompanhar, e quando aí chegarem o Sporting estará melhor preparado», projetou. 

Futuro de Jardim? «Há tempo»

Cumprido um ano de mandato, Bruno de Carvalho disse que a decisão mais difícil foi mesmo anterior à tomada de posse. Foi a decisão de candidatar-se à presidência do clube, mesmo tratando-se de um sonho concretizado.

O líder leonino assumiu que, quando chegou ao clube, «não havia dinheiro, nem para ordenados nem para o licenciamento», sendo que este último aspeto foi mesmo a primeira barreira que teve de ultrapassar.

Bruno de Carvalho reconheceu também que houve, inicialmente, «desconfiança de parte a parte» nas reuniões com a banca, mas que depois «perceberam que havia um fio condutor, que o projeto era confiável».

As alianças, a falta de confiança na justiça desportiva e a arbitragem

O presidente do Sporting reafirmou ainda que o corte de relações com o FC Porto «não teve nada a ver com Moutinho, mas sim com má educação», recordando um episódio com Adelino Caldeira, dirigente portista, na Taça de Portugal de Andebol.

Bruno de Carvalho não acredita num entendimento com Benfica e FC Porto, até por não ver nos rivais a mesma visão de futuro para o futebol português: «Nada, zero.»

«Todos querem o primeiro lugar. E para se conseguir isso não podem existir alianças à esquerda ou à direita, pois todos querem o mesmo lugar. Sempre que houve convergência foi com base em hipocrisia», acrescentou.

O líder dos «leões» recuperou também o «Apito Dourado», para dizxer que não dá crédito ao que o FC Porto tem conquistado, falando em «práticas pouco recomendáveis», e defendendo a justiça desportiva «escolheu o campeonato que o FC Porto venceu com mais pontos para lhe tirarem alguns e depois distribuirem castigos para a esquerda e para a direita, sem grande sentido».

Bruno de Carvalho deixou claro, de resto, que mesmo atualmente não confia na justiça desportiva.

«O Sporting é prejudicado, recorre aos meios e depois ainda é verdadeiramente gozado», referindo-se ao processo da Taça da Liga. «Correu otimamente. As gravações mostraram o brilhantismo do Juíz Herculano Lima [presidente do Conselho de Disciplina da FPF]. Nada clubista, é de uma isenção total», referiu.

Bruno de Carvalho reagiu ainda à queixa apresentada pelo FC Porto na Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga, acusando o Sporting de coação sobre os árbitros, entre outras coisas por causa da ameaça com processos judiciais. «O FC Porto, em 2011, colocou um processo num tribunal normal contra a Comissão de Disciplina da Liga e os seus dirigentes, no valor de oito milhões de euros. Então isto é um processo de coação. Imaginem os membos atuais a pensar que é melhor não decidir nada contra, para não levarem com um processo», reagiu.

A finalizar, e sobre a arbitragem, o dirigente defendeu ainda que «o Sporting é o clube que mais defende a arbitragem», acrescentando que «há vários árbitros incompetentes», e que o clube que lidera «não quer ser sempre o mais prejudicado».

E a esse propósito, Bruno de Carvalho diz que, se a Liga terminasse agora, o Benfica não seria um justo campeão. «Ainda faltam seis jogos. A minha análise pode mudar, mas neste momento não merecem estar no primeiro lugar», defendeu, recuperando a contabilidade leonina dos erros dos árbitros.