Antigo jogador do FC Porto e treinador do Sporting, Domingos Paciência considera que os dragões são favoritos para o Clássico do próximo sábado, em Alvalade, a contar para a quarta jornada da Liga.

«Atribuo algum favoritismo ao FC Porto, em função de ser o campeão nacional e ter feito dois bons jogos com Sporting de Braga (3-1) e Boavista (5-0), que dizem muito do seu poderio. Contudo, sabemos que esse favoritismo por vezes não é a realidade do jogo e o Sporting também pode criar obstáculos a jogar em casa», refere, em declarações à agência Lusa.

Domingos acrescenta que «a base do sucesso do FC Porto continua a ser a capacidade de trabalho e um compromisso muito forte de todos os jogadores no sentido coletivo, sendo que há individualidades com criatividade que fazem a diferença». «Por outro lado tem mais dificuldades quando é submetido a um jogo de posse do adversário», adverte.

O antigo avançado portista faz um balanço positivo do mercado de transferências, ainda que a saída de Alex Telles levante interrogações.

«Veremos se o Zaidu se impõe ou se há uma adaptação com o Nanú. Neste momento é tudo imprevisível e o Sérgio Conceição vai ter de conseguir pôr o lado esquerdo, o mais forte em rentabilidade ofensiva, a funcionar da mesma forma. Tal como trabalhou o Alex Telles nas bolas paradas, também pode evoluir o próximo jogador nessa função», realça.

No que diz respeito ao Sporting, Domingos começa por dizer que a saída das provas europeias «permite uma aposta mais forte no campeonato», mas tem reservas quanto à possibilidade de entrar na luta pelo primeiro lugar.

«Sabemos perfeitamente que o Sporting é uma equipa em reconstrução e com algumas limitações em função da disponibilidade financeira. Tudo isso leva a que não tenha as mesmas armas e argumentos dos rivais e quase de certeza não lute pelo título», defende.

Domingos diz mesmo que «é natural que o Benfica tenha algum favoritismo na conquista do título, devido ao investimento na aquisição de jogadores de qualidade e com alto valor de mercado». 

«O tempo dirá quem investiu bem e melhor consoante os resultados», conclui.