Há 29 anos que o Sporting não vencia em Famalicão. O triunfo suado no Minho permite ao leão regressar ao 4.º lugar, aproveitando a derrota caseira do Casa Pia, e indo para a paragem do Mundial de futebol com os três pontos na conta. Rúben Amorim matou o borrego vencendo num terreno onde tinha empatado duas vezes.

Mas o triunfo foi arrancado a ferros. Trincão e Pote marcaram a fechar a primeira parte e, quando os leões pareciam ter o jogo controlado, Iván Jaime reduziu, mantendo a incerteza no marcador até ao final. Apesar da boa réplica final dos famalicenses, o triunfo assenta bem ao leão.

Edwards no banco

Rubén Amorim lançou Trincão e St. Juste na equipa inicial. O técnico leonino manteve Paulinho na frente, dando uma referência ao ataque, com Trincão e Pote a aparecer pelas alas. Matheus Reis subiu no terreno, ocupando a ala esquerda e passando o defesa central dos Países Baixos para o eixo da defesa ao lado de Coates e Gonçalo Inácio. Edwards iniciou a partida no banco de suplentes.

Já João Pedro Sousa adaptou o esquema tático ao leão, colocando Francisco Moura na esquerda para tentar impedir a subidas de Pedro Porro, defendendo muitas vezes com uma linha de cinco. O ataque ficou a cargo de Jhonder, repetindo a titularidade da Taça de Portugal – apontou dois golos – jogando Ivo Rodrigues atrás do ponta de lança.

O leão entrou forte, mas faltou eficácia para dar expressão ao domínio. Paulinho foi o primeiro a ficar perto do golo, com um remate à meia-volta para as mãos de Luiz Júnior. Aos 10 minutos, foi Trincão a fazer o poste tremer com um remate cruzado. E, à passagem do quarto de hora, Pote, num trabalho individual, surge isolado, mas Luiz Júnior opôs-se com qualidade.

O Famalicão, aos poucos, começou a equilibrar a partida, contudo não conseguiu criar uma única ocasião de perigo, ficando o melhor guardado para os últimos cinco minutos do primeiro tempo. E foi o leão que mostrou as garras, aproveitando da melhor forma a displicência da defensiva local.

Numa saída de bola, Luiz Júnior colocou o esférico em Pelé, que estava a ser pressionado por Morita. A devolução foi defeituosa e Paulinho aproveitou para rematar para golo. No entanto, em cima da linha de baliza, Trincão deu um ligeiro toque e o golo acabou por ser atribuído ao esquerdino.

Já em tempos de desconto, Rúben Lima deu mão na área e Artur Soares Dias assinalou grande penalidade. Na conversão, Pote fez o 2-0. Mal o árbitro apitou para o final da primeira metade, Matheus Reis e Puma Rodriguez envolveram-se em empurrões, acabando em confusão generalizada. Amarelo para os dois e ainda para St. Juste

Golo de Iván Jaime animou

A segunda parte só animou nos últimos dez minutos, altura em que o Famalicão chegou ao golo. Até lá, os leões estiveram sempre mais perto de marcar do que de sofrer. E até marcaram mesmo, por Morita, mas o jogador nipónico estava em fora de jogo. Depois, começou a dança de entradas e saídas de jogo, voltando a animar.

O golo famalicense saiu dos pés de um homem que saltou do banco. E que golo. Cruzamento da direita e Iván Jaime, à meia-volta, todo no ar, a rematar para o fundo das redes. Animavam-se as hostes minhotas para os últimos minutos.

Até ao final, com muito coração, mas pouca cabeça e organização, o Famalicão tentou chegar ao golo que lhe dava a igualdade. Contudo, os sportinguistas fecharam a baliza a sete chaves e vão para a paragem do Mundial com uma vitória.