Jorge Jesus aponta uma espécie de "politização" do futebol, visível nas estratégias comunicativas, nas quais vê agressividade excessiva.

«A comunicação é muito importante, hoje em dia. A política desportiva está a ter contornos que, para mim, não são os melhores, às vezes. Mas não tem a ver com os "mind games" dos treinadores. Já fiz um estudo sobre isso, e a política desportiva está muito associada à formação de comunicação sem ser desportiva, à comunicação política, e essa é mais agressiva. Na comunicação política o jogo é verbal, mas no futebol é diferente. Há um jogo», analisou Jesus.

O treinador do Sporting foi depois confrontado com os documentos que alegadamente são partilhados pelos comentadores televisivos afetos ao Benfica, e em concreto se considerava que isso decidia campeonatos, mas limitou-se a dizer que «cada um tem a sua forma». «Os conteúdos é que têm de ser diferentes. Cada um tem o seu ADN, e o Sporting tem o seu. O que posso falar é relativamente ao Sporting, e temos tido uma forma e um ADN muito positivo, para a melhoria do futebol português», respondeu.

Jesus foi também questionado sobre a reação de Rui Vitória à sua declaração no Fórum do Treinador, espaço onde o treinador do Sporting defendeu que as "picardias" com o técnico do Benfica eram apenas "mind games", e que isso não invalidava uma amizade futura.

«A minha afirmação foi feita na casa dos treinadores. Ao longo destes anos tenho tido batalhas de comunicação com os meus rivais, que eram os treinadores do FC Porto. Depois desses interesses desportivos há o respeito e amizade que mantenho com aqueles que, ao longo dos anos, tenho tido como adversários. Os políticos falam em batalhas políticas. A minha batalha é desportiva. Depois do jogo, quando estás fora do contexto, respeito toda a gente», afirmou.