O Paços deu um tiro nos pés com um autogolo madrugador e abriu caminho à goleada do Sporting na Capital do Móvel, coroada com os belos golos de Nuno Santos e de Francisco Trincão, antes de Chermiti completar a vitória em cima do apito final (0-4).

O golo de Nuno Santos é uma verdadeira obra de arte com um chapéu a Marafona e o de Trincão não fica atrás, numa bela ação individual que antecedeu o golo final saído do banco, construído por Arthur e Chermiti, para um triunfo que deixa o leão a quatro pontos dos lugares de Champions.

Pouco mais de dois meses depois, o Sporting volta a ter vitórias consecutivas e aproveita da melhor forma a derrota do Sp. Braga na Luz para reacender a esperança pelo terceiro lugar, naquela que foi, a nível interno, a vitória mais expressiva da época (igual só o 4-0 na Dinamarca ante o Midtjylland para a Liga Europa).

Um triunfo tranquilo, da equipa que foi pautando o ritmo e controlando o jogo, perante um Paços que, a precisar – e muito – de pontos, voltou a marcar passo na luta pela permanência e cedo entrou num indesejado modo de autoflagelação.

O leão, com Bellerín como novidade no onze, entrou perigoso, mas acabou mesmo por beneficiar do erro alheio para chegar à vantagem. Numa saída de bola, Luiz Carlos recebeu de Marafona, devolveu ao guarda-redes com um passe de primeira, mas sem a melhor direção: a bola bateu no poste e o guardião, em esforço para chegar, deu o toque final involuntário para a própria baliza. Minuto sete e nem o mais pessimista pacense podia imaginar como uma hipotética desvantagem surgiria.

A vantagem permitiu ao Sporting cimentar crescente controlo no jogo, perante um Paços longe do que foi habituando na recuperação que fez na segunda volta. Por vezes indeciso na pressão, pouco intenso, a denotar falta de confiança depois do autogolo. Da primeira parte sobrou uma boa ocasião de Guedes que quase empatou (26m).

Antes e depois, o Sporting foi dono e senhor do jogo e, na verdade, não precisou de colocar um ritmo frenético no jogo. O 2-0 chegou ao minuto 33, numa saída pelo meio: Coates encontrou Trincão no apoio de costas para a baliza, o extremo recebeu em rotação, fugiu a Maracás e serviu Nuno Santos, que viu o adiantamento de Marafona e fez um golaço, num chapéu ao guardião.

A primeira parte só não teve mais golos por culpa de Marafona, que antes do 2-0 e já depois, fez duas belas defesas a Pote e a Trincão.

Na segunda parte, Peixoto fez quatro alterações até à hora de jogo, lançando Rui Pires, Butzke, Thomas e ainda Jorge Silva, este para o lugar de Delgado, que saiu com queixas. Só que, à procura de dar vida ao jogo, o Paços acabou por ficar arredado de uma recuperação logo a seguir, ao minuto 62, em mais um belo golo do leão. Na área, Pote serviu Trincão, que voltou a ter nova ação semelhante ao lance do 2-0, ao receber e rodar perante Maracás antes de bater Marafona.

Com a vantagem sólida, Amorim proporcionou o regresso de Paulinho mais de um mês depois, deu ainda minutos a Tanlongo antes da ida do argentino para o Mundial sub-20 e lançou mais tarde Matheus Reis, Arthur e Chermiti e os últimos dois protagonizaram o quarto golo: o brasileiro cruzou e o jovem avançado finalizou de pé direito na cara de Marafona (90+3m) para fechar o resultado de um jogo em que o Sporting foi competente depois de beneficiar da autoflagelação pacense.