No relvado de Portimão, os jogadores ainda aqueciam. Nas bancadas, milhares de adeptos estavam de ouvidos colados à rádio.

A bola ainda não rolava quando veio a notícia: o FC Porto acabava de se sagrar campeão nacional.

Aquela réstia de esperança, para os adeptos leoninos, esfumou-se por completo e seria fácil pensar que o Portimonense-Sporting que ia começar daí a minutos perderia todo o interesse.

Puro engano: quem assistiu a esta partida sem saber que o título estava entregue facilmente ficou com a ideia de que, em Portimão, ainda havia muito em jogo.

O Sporting entrou bem, aguerrido e sem deixar os algarvios respirar. Os primeiros 20 minutos foram mesmo de total domínio.

A primeira grande chance surgiu aos 11 minutos. Matheus Reis cruzou atrasado, mas Tabata, dentro da área, rematou muito por cima.

O brasileiro, antigo atleta do Portimonense, foi a grande novidade do onze inicial de Ruben Amorim e soube corresponder a esta aposta.

Aos 12 minutos, Edwards trabalhou bem pela direita, entrou na área, a bola sobrou para Tabata e o jogador leonino, na sua segunda oportunidade, atirou a contar.

Já em vantagem, o Sporting continuou a dominar, muito por conta das boas exibições de jogadores como Edwards (cada vez mais em evidência na equipa).

Só que, no primeiro remate à baliza, o Portimonense empatou. Tudo começou numa falta de Coates à entrada da área. Chamado a converter, Carlinhos rematou forte, a bola ainda desviou na barreira e enganou Adan (25m).

Depois de um início fulgurante, o Sporting perdeu gás – e voltou a sofrer, num lance em que Gonçalo Inácio foi displicente.

O central português colocou a bola nos pés de Welinton que correu, correu, correu e finalizou com classe, picando a bola para o fundo das redes (30m).

A primeira parte voltou a terminar com o Sporting por cima (com oportunidades como o cabeceamento de Tabata à trave). Da segunda, só se podia prever que o bom jogo de futebol continuasse.

Amorim lançou Esgaio, tirando Matheus Reis, mas os leões entraram tímidos. Tinham mais bola, mais presença no ataque, mas sem ameaçar verdadeiramente Samuel Portugal.

Até que, aos 70 minutos, Sarabia apareceu no jogo. O internacional espanhol só entrou no segundo tempo, nem estava a rubricar uma grande exibição, mas dos grandes jogadores podemos esperar tudo.

Porro colocou na área, Edwards ainda desviou, mas a bola sobrou para Sarabia que, sem oposição, não falhou.

O avançado entrou para mudar a história do jogo: aos 76 minutos, o Sporting partiu para um ataque rápido, Tabata cruzou e, ao segundo poste, apareceu o sujeito do costume: Sarabia.

A remontada estava feita.

O título está entregue, o jogo em nada alterou a classificação, mas, no final, ficou a certeza de que os leões são uma equipa capaz de reagir às adversidades.

E com um Sarabia que justifica a hashtag que tem sido usada nas redes sociais pelos adeptos leoninos: #ficapablo.

Ficará?