O pano caiu sobre a época do Sporting com um triunfo por duas a uma bola em Vizela, num espelho do que foi a temporada dos leões.  A exibição dos pupilos de Ruben Amorim pôs a nu os pecados da temporada, com muitos nervos à mistura num embate demasiado tenso sem necessidade.

Mesmo num jogo em que já nada estava em causa, para além do prestígio, os jogadores do Sporting pareceram nunca estar confortáveis em campo. Barafustaram demasiado, reclamaram exageradamente com o árbitro e com o adversário, correndo desde cedo atrás do prejuízo depois de estarem em desvantagem aos seis minutos.

Chegaram ao empate cedo e procuraram a cambalhota no marcador, que acabou por chegar na reta final do encontro através de um autogolo. O Sporting esteve por cima do jogo, é inequívoco, mas faltou inspiração para um assédio mais assertivo.

Leões atiram a explosão de Osmajic para canto

Sem qualquer triunfo nos últimos seis jogos, o Vizela cerrou fileiras em frente à sua área, apostando numa linha povoada por cinco defesas, entregando a iniciativa de jogo aos leões. Um teste à paciência da equipa de Ruben Amorim com bola, na tentativa de encontrar os espaços para ferir o adversário.

Só que nesta tática vizelense havia o poder de explosão de Osmajic em prontidão no ataque para o contragolpe. Uma estratégia que deu frutos logo aos seis minutos. Kiko Bondoso fez o passe, o montenegrino deixou o impotente Coates para trás, rematando depois na passada para o fundo das redes.

Sem criatividade para fazer a diferença, teve de ser de bola parada a resposta leonina.  Num canto – fonte regular de golos sofridos da equipa de Tulipa – o Sporting fez o empate: canto de Pote na esquerda, na área Gonçalo Inácio penteou para o fundo das redes ao minuto vinte. A um ritmo baixo e claramente em descompressão, os jogadores de ambas as equipas acabarem por descer aos balneários para o intervalo de cabeça quente depois de trocarem vários empurrões.

Cambalhota com autogolo na reta final

Na segunda metade praticamente só deu Sporting. O Vizela ainda tentou pôr em prática a estratégia que deu frutos na primeira metade, com contragolpes rápidos, mas após uma tremedeira inicial o Sporting mostrou-se mais capaz de suster esses lances. Esteve mais operante ofensivamente, dispôs de vários cantos e alguns remates de fora da área. Iam saindo sem convicção, sem alegria e, por consequência, sem o efeito desejado.

Até que já perto do minuto noventa um cruzamento de Pote acabou por ver Ivanildo fazer o corte para a sua própria baliza, pondo um pouco de água na fervura leonina cada vez mais efervescente, com os jogadores a resmungarem muito num final de época amargurado.

O Vizela termina a temporada com a sua pior fase naquela que foi a pior série da temporada, ao averbar o sétimo jogo consecutivo sem vencer. A manutenção alcançado cedo trouxe outros objetivos, mas o Vizela nunca se conseguiu encontrar.