O presidente do Belenenses enalteceu esta quarta-feira o regresso dos «azuis», vencedores da Taça de Portugal, em 1941/42, 1959/60 e 1988/89, à ribalta dos jogos mediáticos diante do Sporting, na terceira ronda da prova rainha.

«É um momento de grande felicidade para todos os belenenses poder receber o campeão nacional, numa prova em que temos grandes tradições e que nos diz muito. Ao mesmo tempo, é o regresso do Belenenses aos grandes palcos e aos jogos grandes contra os nossos verdadeiros rivais e os rivais de sempre. Nessa visão, o sorteio não poderia ter sido melhor para nós», frisou à agência Lusa o presidente Patrick Morais de Carvalho.

O campeão nacional Sporting vai visitar o Belenenses, que alinha no Campeonato de Portugal, quarto escalão nacional, em jogo agendado para 17 de outubro, no Estádio do Restelo, em Lisboa, onde os dois clubes centenários já se defrontaram por 121 vezes.

«Temos noção das diferenças abismais que existem neste momento. O Sporting tem um dos melhores plantéis do futebol português na atualidade e é o campeão nacional em título. Naturalmente, vamos ter muitas dificuldades, mas, seja qual for o contexto, a ambição está sempre presente no Belenenses. Não vamos passear as camisolas no Restelo, nem fazer turismo, mas olhar para a eliminatória com ambição natural», notou.

Os 18 clubes da I Liga vão estrear-se nesta fase da Taça de Portugal, jogando no terreno dos clubes das divisões inferiores por força do regulamento da prova, devolvendo «a mística e as grandes tardes de futebol ao Restelo», que já não recebe partidas da Liga há três anos e albergará a reedição das finais de 1940/41, 1947/48, 1959/60 e 2006/07.

«Neste momento, temos talvez um dos melhores relvados do futebol português. Se estivéssemos na I Liga, seguramente que o nosso relvado não seria interditado. Está extraordinário e espetacular. Desse ponto de vista, estarão todas as condições reunidas para uma grande tarde, um grande jogo e para aquilo que esperamos que seja uma enchente extraordinária no Estádio do Restelo», garantiu Patrick Morais de Carvalho.

O clube e a SAD do Belenenses estão afastados desde o início de 2018/19, quando o protocolo de utilização do Restelo pela administração de Rui Pedro Soares terminou e esta transferiu a equipa profissional para o Estádio Nacional, no Jamor, em Oeiras.

As duas partes entraram em litígio e sucederam-se ações em tribunal, com a entidade de Patrick Morais de Carvalho a tentar impedir que a SAD usasse o seu nome e símbolos, tendo vendido, em julho de 2020, os 10 por cento de capital que ainda possuía na sociedade.

Enquanto o Belenenses SAD compete pela quarta época seguida na elite, o Belenenses inscreveu-se em 2018/19 na I Divisão distrital da Associação de Futebol de Lisboa e já subiu até ao Campeonato de Portugal, no qual é terceiro colocado da Série E, com três pontos em duas jornadas, almejando em breve o regresso aos escalões profissionais.

«Este jogo trará uma receita extraordinária e que não estava orçamentada. Vivemos com muitas dificuldades. A nossa realidade não é a realidade das SAD, que competem nos campeonatos profissionais e recebem a receita da televisão. É com os recursos do clube que fazemos face à época e ao orçamento», finalizou o presidente dos «azuis», que afastaram o Pêro Pinheiro (5-3), do mesmo escalão, na ronda anterior da prova rainha.