Uma grande penalidade convertida por Talocha aos 76 minutos e um golo de Samuel Lino no último lance do jogo (90+6m) garantiram a vitória ao Gil Vicente em Vila do Conde e consequente ultrapassagem ao Rio Ave na classificação.

Os barcelenses repetem o resultado da primeira volta em casa, chegam aos 28 pontos e garantem que pelo menos ultrapassam a equipa de Miguel Cardoso ao final desta jornada: o Rio Ave continua com 27 e ainda não foi desta que somou, em 2020/2021, quatro jornadas seguidas sem perder.

Esta foi também a segunda vitória seguida do Gil Vicente fora de casa, após o êxito em Guimarães, num adversário de maus hábitos para Filipe Augusto, que se tinha marcado um autogolo em Barcelos, foi agora expulso por um protesto desnecessário antes do 0-1 de Talocha.

O Gil Vicente entrou melhor. Nos primeiros dez minutos, quase só se jogou no meio-campo defensivo do Rio Ave. Ao fim desse período, até houve golo de Ygor Nogueira, mas anulado por fora-de-jogo claro. Antes, já Talocha tinha deixado um sério aviso, com um livre que rasou o poste direito.

O Rio Ave, que até foi tendo bola, não foi capaz de contrariar logo o Gil Vicente que, com ou sem ela, esteve bem na defesa, nas marcações e a chegar à área contrária. Novo exemplo foi uma boa jogada, que teve cruzamento de Joel Pereira para um belo cabeceamento de Pedro Marques (19m): Kieszek correspondeu, todo no ar, mas mesmo sem isso, não teria consequências, pois o jovem cedido pelo Sporting estava adiantado.

Foi por esta altura que o Rio Ave melhorou, com crescente chegada à área contrária, fruto da maior agressividade na disputa pela bola. No saber o que fazer com a mesma. A maior rapidez e precisão dos homens de Miguel Cardoso obrigou Ricardo Soares a ser mais interventivo para dentro de campo e o aviso mais sério surgiu aos 28 minutos, quando Carlos Mané desviou ao lado um cruzamento de Sávio.

Perto do intervalo, houve novo aviso para Denis, que segurou um remate de Gelson Dala, num livre estudado do Rio Ave.

A primeira parte acabou sem golos. Infelizmente, até, dado o jogo agradável nos Arcos, com entrega e responsabilidade mútuas.

O reinício de jogo foi uma fotocópia do arranque. O Gil Vicente entrou melhor e, em poucos segundos, quase foi feliz pelo sorridente e habilidoso Fujimoto. Contudo, o japonês atirou ao lado, após boa jogada entre Pedrinho e Pedro Marques.

O Rio Ave sentiu estes primeiros minutos, Miguel Cardoso mediu o pulso ao jogo e fez o que bem resultou: tirou o avançado Brandão, lançou Guga e reforçou o meio-campo, ganhando de imediato o jogo em zona nuclear.

Sob a batuta de Geraldes e a vontade e frescura de Guga, o Rio Ave conseguiu mostrar o seu jogo, ao primeiro toque e em progressão, com Dala como referência mais central. Mas havia Denis como barreira, a assinar um dos momentos do jogo, numa enorme defesa à ocasião criada pelo pé esquerdo de Geraldes, que ficou a lamentar o que seria um golaço (63m). Pouco depois, foi Mané a testar o guardião brasileiro, que se antes voara, desta feita foi ao solo agarrar a bola (68m).

Só que o final de jogo foi nefasto para o Rio Ave. Tudo mudou ao minuto 76. Borevkovic fez falta para penálti sobre Pedrinho, Filipe Augusto pontapeou a bola em jeito de protesto, já tinha amarelo e foi expulso. Talocha, dos 11 metros, não falhou.

Com menos um homem e um golo de desvantagem, ao Rio Ave não bastou a crença e o Gil Vicente castigou ainda mais no último lance. O golo de Samuel Lino sentenciou a vitória e a ultrapassagem na tabela.