O Marítimo anunciou que não se fará representar na reunião promovida pela Liga Portugal com a TAP para debater a tarifa de desporto para os clubes, na sequência de alterações efetuadas pela transportadora aérea portuguesa e que suscitaram preocupação nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

No encontro, agendado para as 14h30 desta quarta-feira, na sede da TAP, no Aeroporto General Humberto Delgado, a Liga estará representada pela Diretora Executiva para as Competições, Helena Pires.

Em comunicado, o Marítimo explica que, apesar de convidado, não estará presente por considerar «que o assunto é de extrema importância, porque coloca em causa o princípio básico da continuidade territorial, e deve, por isso, ser tratado nas mais altas instâncias, envolvendo os presidentes dos clubes não profissionais e profissionais, da própria TAP e, como não pode deixar de ser, da Liga Portugal, cenário que, infelizmente, não se verifica».

O Marítimo diz que «o formato encontrado para discussão de um assunto tão importante, para o normal funcionamento das competições, é lesivo dos interesses dos clubes, sobretudo os que têm sede nas regiões autónomas, e mais não é do que uma forma para mascarar uma discussão, tratando-a como um assunto de menos importância».

«Em tempo útil, e fazendo uso dos mecanismos apropriados, o Club Sport Marítimo já fez chegar às entidades competentes e administração da TAP a sua posição formal sobre o fim da tarifa desportiva, e vai continuar na linha da frente de forma a garantir que os clubes competem em pé de igualdade, independentemente do local onde estejam sedeados, sublinhado que mesmo com um oceano a separar continuamos a ser parte integrante do território português», termina a nota do clube.

Em nota oficial, a Liga refere que na reunião vai «solicitar mais informações relativas às alterações à tarifa de desporto», sendo que o objetivo «está relacionado com o alinhamento de estratégias e a coordenação de procedimentos relativos ao transporte aéreo dos diversos agentes desportivos para os jogos que se disputam em território nacional, designadamente dirigentes, jogadores, treinadores e árbitros».

Na última semana, a 11 de junho, o presidente da LPFP, Pedro Proença, solicitou à administração da TAP uma reunião com caráter de urgência, devido às alterações nas tarifas para Madeira e Açores.

Na sequência da solicitação, a TAP, que no final de março eliminou a dita tarifa, fixada nos 285 euros, considerou que o fim da «tarifa desporto» é mais favorável agora do que no modelo anterior, alegando que em 60 por cento dos casos vai ser possível viajar com uma tarifa mais baixa do que a aplicada até ao presente.

Nos últimos dias, o Nacional da Madeira foi um dos clubes que se insurgiu contra a ideia da TAP. Citado pela agência Lusa, o emblema insular sublinhou que «o fim da tarifa do desporto deixa as equipas da Região Autónoma da Madeira reféns de uma política de preços abusiva e absurda».

«As viagens da equipa sénior de futebol do CD Nacional para o estágio de preparação de pré-temporada a realizar no Continente, apesar de marcadas com mais de um mês de antecedência, vão custar mais 36 por cento do que custariam se estivesse em vigor a tarifa do desporto», exemplificou.