O Tondela somou este domingo um importante triunfo na luta pela manutenção ao bater o Marítimo por 3-1, nos Barreiros, em jogo da 28.ª jornada da I Liga de futebol. A vitória dos beirões foi consumada perto do final da partida e na compensação, em lances de contragolpe, mas assenta como justa face à maior vontade e melhor jogo praticado pela equipa de Nuno Campos ao longo de toda a partida. O Marítimo de Vasco Seabra, que ainda não venceu em casa em 2022, só pode queixar-se do que não foi capaz de fazer.    

Face ao jogo com o Gil Vicente (1-1), Vasco Seabra operou três alterações, promovendo a titularidade a Iván Rossi, Leo Andrade e Fábio China, por troca com os castigados Pedro Pelágio e Matheus Costa, e ainda Vítor Costa, por opção. Do lado dos beirões, Nuno Campos também fez três mexidas, colocando Manu Hernando, Bebeto e Boselli nos lugares de Eduardo Quaresma, Tiago Almeida e Daniel dos Anjos.

Melhor entrada não poderia desejar o Tondela. Salvador Agra, logo aos dois minutos, por pouco não inaugurou o marcador, após uma rápida incursão pela direita, na qual valeu a atenção de Paulo Victor. A apatia continuou a reinar entre a defesa da casa perante a intensidade que os visitantes colocavam no ataque e sete minutos depois, na sequência de um canto, a ousadia beirã acabou por ser premiada com uma grande penalidade (Leo Andrade desviou a bola com a mão), que o árbitro Manuel Mota sancionou após consultar o VAR. Chamado à marca do 11 metros, Salvador Agra enganou o guardião dos insulares e abriu o marcador.  

O Tondela estava com a pica toda e só tinha olhos para a baliza madeirense, ante um Marítimo que sentia dificuldades para travar as transições rápidas dos beirões. Mas o jogo estava dividido. Perto do quarto de hora, Juan Manuel Boselli cabeceou muito perto da baliza maritimista, e Fábio China, na resposta, rematou forte desde o lado esquerdo da área para obrigar Trigueira a grande defesa. 

Aos 19, o endiabrado Salvador Agra fugiu pelo meio e rematou ao poste e o susto do 2-0 espicaçou ainda mais a turma de Vasco Seabra, que começou a assumir as despesas do jogo e a controlar melhor as saídas tondelenses. O perigo foi rondando a baliza de Trigueira e o golo do empate acabou por surgir aos 33, com muita felicidade à mistura. Miguel Sousa bateu o canto e, após um cabeceamento de Zainadine, a bola ressaltou nas costas de Marcelo Alves e acaba por rumar para a baliza de Trigueira. Pedro Augusto surgiu junto ao poste com hipóteses de cortar, mas não conseguiu intercetar. O jogo continuou vivo até ao intervalo, mas já com ambas as equipas a optarem por não assumir grandes riscos. 

O respeito mútuo que se instalou após a igualdade regressou para a segunda parte. Marítimo e Tondela voltaram com os mesmos onze e agarrados a um maior rigor tático que não permitia grandes espaços. A chuva miudinha e persistente que começou a caiu sobre o "Caldeirão" também não ajudou as equipas a um jogo mais ofensivo, ainda prejudicado por várias paragens e muitas faltas.

Já quando a partida ameaçava terminar presa no quase perigo, o Tondela chegou ao 2-1. Aos 86 minutos, um cruzamento rasteiro de Tiago Almeida na direita foi ter com Rafael Barbosa, que apareceu entre Zainadine e Winck para se antecipar com sucesso perante a saída de Paulo Victor. Balde de água fria para os madeirenses e festa rija para os beirões. 

A partida ainda viu mais 11 minutos de compensação e foi o Tondela a revelar mais eficácia na hora de atirar a contar. O Marítimo apostava tudo na frente e acabou por ser surpreendido num contra-ataque rápido, com João Pedro a assistir Tiago Dantas que, com toda a calma deste mundo e do outro, tirou um defesa do caminho e marcou o 3-1.