As palavras de Pedro Emanuel, treinador do Estoril, na sala de imprensa, após a vitória da equipa da Linha em Tondela foram acompanhadas pela festa que os jogadores faziam no balneário, paredes-meias com o local onde decorria a conferência de imprensa do técnico que conseguiu a sua primeira vitória à frente do conjunto estorilista. Cânticos e batuques foram audíveis durante os cerca de cinco minutos em que o treinador falou, o que diz bem da importância desta vitória.

«Na antevisão e na preparação deste jogo, abordámos a questão de estarmos a cinco pontos do adversário de hoje e também a cinco dos que estão acima de nós. Por isso, hoje íamos definir o que queríamos para o resto da temporada: se a ambição de poder chegar mais além, ou se era tentar lutar até ao final. Nada está decidido, como é lógico, mas esta almofada dá-nos outro tipo de confiança para os próximos jogos. A equipa respondeu, com os jogadores sempre disponíveis para porem em prática o plano que traçámos e não abdicaram dele durante os 90 minutos. Quem veio ao estádio também percebeu que o momento não era o ideal para as equipas disputarem um bom jogo. Foi uma partida disputada taco a taco, metro a metro, mas não foi um grande jogo de futebol. E quem fosse mais eficaz iria ter a capacidade de conquistar os três pontos. Foi isso que fizemos, tentando sempre controlar a emoção, crescendo enquanto equipa e, no final, saímos satisfeitos. Ficamos com oito pontos de vantagem para o nosso adversário de hoje e olhamos para o amanhã com um pouco mais de confiança.»

[o que mudou desde que Pedro Emanuel assumiu a equipa?]

«Não sei o que mudou porque não estava cá antes. Mas desde que cheguei que senti uma grande disponibilidade dos jogadores. Acho que houve um crescimento mesmo individulamente, o que contribui para o desempenho coletivo. E há, acima de tudo, o compromisso de todos para elevar o nome do Estoril para o que têm sido os últimos anos do clube. Acho que os jogadores sentiram que, com a mudança de dois treinadores, alguma da responsabilidade era também deles. Eles sentiram que podiam fazer alguma coisa para mudar esta situação, fizeram-no e isso deixa-me muito satisfeito. Sempre lhes disse que confiava nas qualidades deles, mas iria ver se o compromisso era aquele que pretendíamos. E é isso que tem vindo a acontecer.»