Por Mariana Rebelo Silva

Depois de muitos milagres, desde que subiu à Liga, desta vez o Tondela não conseguiu repetir um velho hábito e viu confirmada a descida à II Liga, ao empatar com o Boavista (2-2).

Os beirões chegaram a estar em vantagem por duas ocasiões no encontro, mas deixaram-na escapar. O golo de Yusupha, aos 87 minutos, seria o ponto final na história.

Às 15h00 já se sentia o frenesim de um jogo importante na cidade. Os adeptos começavam a entrar no estádio, as bancadas começavam a compor-se e a pintar-se de verde e amarelo. Pairava no ar uma tensão e, ao mesmo tempo, um sentimento de confiança. O Tondela só dependia de si mesmo e da vitória perante o Boavista para conseguir alcançar o tão desejado lugar no play-off.

No estádio, a cabeça de milhares de adeptos também estava em Moreira de Cónegos.

Os beirões entraram em campo e mostraram-se superiores, pelo menos até ao final dos primeiros 15 minutos.

Os adeptos pediam à equipa para subir, mas a estratégia de Nuno Campos até ao intervalo, foi em manter o bloco médio-baixo e sair em contra-ataque.

Aos oito minutos de jogo, eis que Salvador Agra lançou Tiago Almeida em velocidade. O jogador jovem deste mês da Liga entrou na área axadrezada, mas Porozo cedeu para canto. O Tondela mantinha a pressão e, de novo, Agra cruzou para Neto Borges que cabeceou por cima.

Minutos mais tarde, Bracali, nas redes do Boavista, agarrou, com facilidade, uma bola de Agra do meio da rua.

Aos 32 minutos, o guardião dos axadrezados voltou a negar o golo a Rafael Barbosa, que apareceu isolado na grande área após passe de Agra. Na recarga, Tiago Almeida cabeceou mas, o corte, desta vez, ficou às ordens de Porozo.

Minutos depois, foi a vez de Trigueira ‘voar’ entre as redes. Primeiro, perante livre direto de Hamache, depois para travar cruzamento de Gorré.

Aos 40 minutos, Bracalli negou o golo a Barbosa. O médio do Tondela rematou colocado, mas o guardião esticou-se para a esquerda e defendeu para canto. Na sequência desse canto, batido por Salvador Agra, Eduardo Quaresma tocou em arco para o segundo poste onde estava Sagnan, que atirou para o golo.

Respirou-se de alívio e fez-se a festa entre fumos verdes e amarelos nas bancadas.

Festa que durou pouco tempo. O Boavista não baixava as armas perante um Tondela apático na entrada após o intervalo e Gorré igualou o resultado aos 51 minutos após grande boa assistência de Hamache.

Mais minutos de tensão nas bancadas após Artur Soares Dias ter apontado para a marca de penálti. Pedro Augusto cortou remate de Hamache com o braço. Após consulta ao VAR, anulou a decisão. O jogador beirão tinha o braço junto ao corpo.

O Tondela mostrava-se adormecido, apesar de o empate o colocar diretamente na II Liga. O marcador apontava 77 minutos, quando João Pedro voltou a reavivar a esperança entre os tondelenses presentes no estádio.

Rafael Barbosa, primeiro, recuperou uma bola que Porozo cortou, mas que sobrou para João Pedro que rematou rasteiro e forte.

Ambiente de festa voltou a invadir o João Cardoso

Pelo controlo que parecia ter do jogo, o Tondela parecia estar a caminho do play-off, mas o golo da tranquilidade nunca chegou e, por isso, a reação do Boavista esteve sempre à distância de um lance que acabou por acontecer. Hamache, novamente, lançou Yusupha, que desviou, com facilidade, para o 2-2.

A poucos minutos do fim, Trigueira largou a baliza e o Tondela tentou tudo para voltar a marcar, mas nesse período, pelas descompensações da equipa beirã, até foram os axadrezados a estarem mais perto da vitória.

Ao já despromovido Tondela resta agora a final da Taça diante do FC Porto para atenuar a dor da primeira despromoção à II Liga.