Goleada já com um cheirinho a competição no último ensaio geral da pré-temporada do Sp. Braga. A equipa de Abel Ferreira, com uma ambição desmedida, venceu o Newcastle por quatro bolas a zero numa partida jogada a um ritmo baixo, mas ainda assim em que deu para perceber a personalidade dos bracarenses.

Há afinações naturais a fazer, mas há recursos disponíveis para tal e uma caraterística que vem da última época: este Sp. Braga consegue adaptar-se às circunstâncias de cada jogo e consegue criar situações para provocar mossa mesmo frente a adversários valorosos, como este Newcastle que empatou sem golos na apresentação do FC Porto no último sábado.

Ricardo Horta, João Novais, Fransérgio e Dyego Sousa construíram a goleada na segunda parte, essencialmente na reta final com três golos no último quarto de hora, traduzindo assim a supremacia arsenalista.

Num rascunho daquela que será a base arsenalista da nova época, Abel Ferreira apresentou apenas uma cara nova no onze. Claudemir fez de Vukcevic no miolo ao lado do regressado Fransérgio. De resto, apenas velhos conhecidos da temporada de sucesso da época passada, o que é garantia de estabilidade.

O primeiro destaque do encontro é feito pela negativa. Paulinho esteve apenas vinte minutos em campo, saiu para dar o lugar a Xadas, que curiosamente foi o primeiro a ser substituído na primeira metade. Mesmo numa toada equilibrada, o Sp. Braga foi mais competente a aproveitar os erros primários que a equipa inglesa ia cometendo.

Bruno Viana e Raúl Silva obrigaram Dubravka a fazer duas defesas de recurso no mesmo lance e Wilson Eduardo atirou ao ferro naqueles que foram os principais lances de perigo da primeira parte. Wilson Eduardo, que na segunda parte esteve completamente sozinho na cara do guarda-redes, teve tempo para tudo, mas atirou escandalosamente ao lado.

Valeu o tento de Ricardo Horta, muito oportuno e letal a aproveitar uma recuperação de bola, a mexer com o marcador. Foi o desbloqueador que faltava ao Sp. Braga para partir para uma noite de gala. Bom golo do médio arsenalista a dar cor a um quadro que em determinadas fases do encontro esteve muito cinzento.

João Novais entrou para fazer o gosto ao pé e tirar um cruzamento certeiro para Fransérgio assinar o 3-0, sendo que já perto do fim Dyego Sousa fez o quarto.  Golos bem desenhados, eficazes e, acima de tudo, oportunos a fazer a diferença.

A nove dias do primeiro jogo oficial da época a equipa de Abel Ferreira demonstra já uma identidade vincada assente nas bases da última época. Se o décimo classificado da última edição da Premier League demonstrou pouco, esse facto também não se pode dissociar da valia bracarense.

A noite da Pedreira acabou com os milhares de adeptos a pedir «o Braga campeão» olhos nos olhos com os jogadores nos festejos finais do triunfo. Não se lhes pode cortar na ambição. Para já venha o Zorya na 3ª Pré-Eliminatória da Liga Europa.