Final louco em Portimão com o FC Porto a conquistar uma vitória arrancada a ferros (mas justa, diga-se) aos 90+8, depois de ter perdido uma vantagem de dois golos nos últimos 15 minutos.

Boa reação do Portimonense, que até marcar o primeiro golo (no primeiro remate que fez à baliza, aos 74 minutos!) esteve ausente. Marcano, de cabeça na sequência de canto de Corona, quando já passavam 8 minutos dos 90, provocou uma onda de alegria na bancada nascente, quando o empate já pairava no ar.

Quatro estreias a titular no Portimonense

António Folha procedeu a remodelações na defesa, com as entradas de Rodrigo Freitas, central brasileiro emprestado pelo São Paulo e que antes tinha apenas três minutos de utilização na vitória em Tondela, à 2ª jornada, e Júnior Tavares, lateral-esquerdo também emprestado pelo São Paulo e que última época jogou na Sampdória, que fez a estreia absoluta com a camisola do Portimonense. Rodrigo Freitas entrou para a vaga deixada em aberto pelo castigo Wyllian Rocha e pela lesão de Lucas Possignolo. Já Júnior Tavares, aproveitou o rendimento menos bom que Henrique, o habitual titular, tem tido nos últimos jogos. Lucas Fernandes e Jackson Martinez também se estrearam como titulares no campeonato. Dando continuidade ao que vem da temporada passada, Folha esquematizou a equipa num 4x3x3 que em situação de ataque transformava-se em 4x4x2, com Lucas Fernandes a aproximar-se de Jackson Martinez.

Por problemas físicos, no FC Porto, havia a dúvida em relação às utilizações de Pepe, Romário Baró, Marega e Zé Luís. Do quarteto, o jovem Romário Baró foi o único que não foi a jogo (nem no banco esteve).

Os restantes jogadores que estavam em dúvida foram titulares e Sérgio Conceição pôde assim apostar no onze mais utilizado nos últimos jogos, mantendo Corona na lateral-direita e para única alteração, por via da ausência de Baró, entrou Otávio, no inalterável 4x4x2.

FC Porto dominou toda a primeira parte

Entrada forte do FC Porto que encostou o Portimonense no seu meio-campo, obrigando-o a jogar no erro, que foram bem aproveitados pelos jogadores de Sérgio Conceição para marcarem os dois primeiros golos. E até ao intervalo, o Portimonense nunca chegou a incomodar Marchesin, não efetuando um único remate à baliza portista, segundo as estatísticas oficiais da Liga.

Foi enorme a pressão exercida pelos dragões à saída do Portimonense: faziam-no logo junto à área algarvia e conquistaram muitas bolas oriundas de erros do adversário.

Antes do golo de Alex Telles, já Luis Diaz falhara boa oportunidade em remate frontal rasteiro, num movimento em que derivou da esquerda para o centro, com a bola a embater na base do poste direito. Pouco depois Otávio, dentro da área, atirou mas a bola desviou num adversário e saiu pela linha final.

Aos 24 minutos surgiu o primeiro golo dos dragões, num lance muito contestado pelos algarvios: Otávio cruzou e Jadson cortou em carrinho, com o árbitro Rui Costa a entender que o mesmo foi feito com o braço.

As dúvidas que se levantaram entre os jogadores do Portimonense referem-se ao facto de Jadson já estar caído no relvado com o braço estendido e a bola antes bater no peito e depois é que vai ao braço. Para vincar a constatação da pressão portista refira-se que a jogada começa numa perda de bola nas imediações da área, num passe mal efetuado entre Júnior Tavares e Pedro Sá, com Marega a intrometer-se e a servir depois Otávio. Alex Telles não perdoou na marca da grande penalidade.

Até ao intervalo os portistas esbanjaram várias oportunidades com  Danilo... com o peito(!) a encostar para o poste direito da baliza de Ricardo Ferreira, num cruzamento de Zé Luís, com o caboverdiano, a sete minutos do intervalo  e num belo técnico na área a rematar em rotação, para Ricardo Ferreira defender para canto.

Em cima do intervalo surgiu o segundo golo: depois de tanto ameaçar, Zé Luís marcou mesmo, após um cruzamento de Uribe na direita, com o avançado a fuzilar ao segundo poste depois de Jadson falhar o corte.

E, tal como o primeiro, a jogada começou em mais uma pressão alta do FC Porto junto da área, com perda de bola e novamente num passe de Júnior Tavares para Pedro Sá, que foi recuperado pelos dragões, que depois giraram a bola entre os flancos, antes do cruzamento de Uribe.

Reação algarvia nos últimos 20 minutos

Após o intervalo o Portimonense foi conquistando metros aproveitando algum abrandamento na pressão do FC Porto, mas sem conseguir criar perigo, Sempre com o jogo controlado, os dragões ameaçaram o terceiro num remate de primeira de Marega detido por Ricardo Ferreira, e, até aos golos do Portimonense que levaram emoção até ao último segundo, os adeptos algarvios apenas tinham batido palmas... à entrada de Nakajima.

Depois de Danilo falhar de  cabeça num canto de Corona, no minuto seguinte, aos 74, o Portimonense rematou pela primeira vez à baliza de Marchesín... e marcou. Dener foi o autor, de cabeça, depois de Jackson Martinez ter falhado á boca da baliza após um cruzamento de Marlos Moreno, o outro colombiano do Portimonense que foi o grande responsável pela mudança na equipa de António Folha.

O ânimo algarvio cresceu e consolidou-se quatro minutos depois quando Koki Anzai marcou um golo... à Nakajima: o lateral fletiu para o meio e rematou em arco. Um golaço! O Portimonense amptou no segundo remate que fez à baliza e ao terceiro... quase que também o fazia, através de Marlos, que levou a bola a passar perto dos ferros.

O jogo partiu-se, Jackson falhou isolado e Danilo respondeu de cabeça e à entrada para os descontos Marlos isolou-se e foi tocado por Alex Telles mesmo em cima da linha da área: gerou-se confusão e depois de consultado o VAR, Rui Costa expulsou o defesa brasileiro do FC Porto e marcou livre direto em zona frontal que Júnior Tavares atirou contra a barreira.

Mesmo com 10 e já com Soares em campo, Sérgio Conceição arriscou tudo e ainda meteu Fábio Silva, na tentativa de chegar à vitória, acabando por ser feliz ao oitavo minuto dos cinco que o árbitro deu de compensação.

Esse prolongamento de tempo, refira-se, justifica-se com o que foi perdido na consulta ao VAR, aquando da expulsão de Alex Telles.

E na última jogada, Corona bateu um canto na esquerda para o coração da área e Marcano, solto (mais um erro dos algarvios) não teve dificuldade em marcar. Uma vitória justa, muito sofrida (não havia necessidade) e de muita crença!