Por: Arnaldo Cafofo

Norton de Matos, treinador do U. Madeira, depois da derrota frente ao Rio Ave na última jornada da Liga que ditou a descida da equipa à II Liga:

«É um dos momentos mais tristes e mais frustrantes da minha carreira. Quando se perspetivou a época sabíamos que devido à inexperiência da equipa estaríamos condenados desde cedo. Não foi hoje que cavámos a descida, temos de ver os jogos que fizemos em casa na segunda volta, que nos permitiria estar fora desta situação se tivéssemos ganho.»

«Perdemos por razões nossas e por razões alheias. No jogo com o Paços de Ferreira não pensava que perdíamos. Hoje parece que se repetiu o mesmo, porque não conseguimos. Ao intervalo sabia que poderíamos ganhar o jogo, pois só tinhamos essa alternativa. Não me surpreende nada que o Tondela tivesse ganho à Académica, que o V. Setúbal tivesse empatado. Houve muitas contas, mas para nós só havia uma conta possível que era ganhar.»

«Ao intervalo, onze contra onze e a ganhar por um golo, pensei que iriamos ser felizes. A expulsão no início da segunda parte condicionou o jogo. Eu não ponho em causa se o árbitro esteve bem ou não nos amarelos. Há um primeiro amarelo que não percebo, pois sou apologista de arbitragens mais adaptadas aos jogo e não tão exigentes do ponto de vista de penalizar logo um jogador.  O Paulo embrulha-se com o Postig,a que também esteve na outra jogada e pela experiência que tem consegue alguma teatralidade que leva os árbitros a assinalar amarelos. A expulsão condicionou.»

«Depois, não ha nenhum treinador que consiga manter uma equipa concentrada quando mais uma vez sofremos um golo daqueles. Essa é uma realidade que aconteceu. Se formos olhar para outros jogos em casa temos algumas culpas. Eu assumo as responsabilidades. Respondendo à questão, poderiamos ter nesta altura mais de trinta pontos e podíamos ter feito a festa. Quando vim para a Madeira vi que o clube tinha os meios para conseguir a sua independência na Liga. É injusto e é cruel.»

(Quanto ao futuro no União)

«Neste momento é um aspeto que não se põe em cima da mesa. Neste momento há um nó enorme no estômago por termos perdido. Para os adeptos, para os jogadores. Uma coisa é errar, outra coisa é o que deram ao clube. Não podemos apontar nada mesmo quando estava a jogar com dez. É uma equipa a que falta alguma experiência, foi muito espremida do ponto de vista coletivo. Houve jogadores que deram tudo, como foi o caso do Hélio e do Danilo, que jogaram condicionados e que tiveram grande capacidade de sofrimento. Acho que lutamos até ao fim.»