Oriol Rosell foi esta terça-feira apresentado pelo site do Sporting depois de ter assinado contrato por cinco épocas. O espanhol não falou publicamente, mas deu uma entrevista ao jornal do clube. Ora antes de mais convém que se apresente: como gosta de ser chamado?

«Prefiro Uri» , refere. «Mas podem chamar-me Rosell, façam como quiserem.»

Depois: que tipo de jogador é?

«Joguei sempre a médio defensivo e foi para essa posição que me contrataram. Creio que posso adicionar qualidade à equipa na saída de bola, na execução de um jogo rápido, passes entre linhas na defesa adversária, temporizar o jogo e, por outro lado, sou rápido na transição do ataque para a defesa. Foi algo que, na minha opinião, melhorei muito no Kansas City», refere.

«Quando a bola é perdida há que recuperar rápido defensivamente, creio que é muito importante para a minha posição.»

Por fim: por quê o Sporting?

«Ver uma direção e um treinador que se interessam por mim transmitiu-me uma segurança e uma confiança para chegar aqui e dizer: vou fazer as coisas bem e vou dar muito a esta equipa.»

«Pelo estilo de jogo do Sporting, penso que vou ajudar muito os meus colegas e eles também me podem dar muito. Também é para isso que venho, para aprender o máximo dos treinadores, dos dirigentes e dos meus colegas. Estou com muita vontade de começar.»

Posto isto, Uri Rosell diz que é um trinco daqueles com boa capacidade de passe: uma característica, lá está, que lhe vem da formação nas camadas jovens do Barcelona.

«A minha posição exige a perda do menor número de bolas possível»
, diz. «No Barcelona, nessa posição, era proibido perder muitas bolas. Às vezes tens de arriscar alguns passes para golo, mas na maior parte das vezes tenteo passar para a frente com alguma segurança.»

A saída do Barcelona foi, de resto, algo marcante na carreira de Uri Rosell. Mas o espanhol garante que foi uma decisão dele, pensada e muito ponderada.

«No Barça estava bem, faltava-me um ano de contrato mas vi que dificilmente ficaria na primeira equipa. Como não via uma progressão na carreira, comecei a pensar noutro sítio para melhorar. Agarrei a oportunidade nos Estados Unidos, porque é uma liga muito competitiva mas também fisicamente muito exigente. Foi uma das coisas que aprendi a usar quando lá estive.»

Voltar a Barcelona, nesta altura, não é algo que lhe passe pela cabeça. Uri Rosell diz nesta entrevista ao jornal do Sporting que só pensa mesmo em corresponder à aposta leonina nele.

«Não me passou pela cabeça essa ideia. Por agora estou satisfeito por iniciar esta nova etapa. Este ingresso no Sporting foi um grande passo para mim e estou com muita vontade de começar a nova temporada, conhecer as pessoas e conhecer a cidade.»

«Não tenciono representar a seleção espanhola»

Catalão do fundo dos pés até à cabeça, Uri Rosell é também um independentista: ao ponto aliás de há tempos ter manifestado a intenção de nunca jogar pela seleção espanhola. Uma decisão que o médio do Sporting mantém, de resto.

«A minha posição foi tomada há já algum tempo e não tenciono voltar atrás.»

O sonho dele, aliás, é outro: jogar um europeu ou um mundial pela seleção... da Catalunha. Ao serviço da qual já fez alguns jogos em amigáveis, claro.

«Não sonho com isso, mas gostaria muito. Vamos ver o que acontece politicamente, mas ficaria muito contente de jogar com a Catalunha numa grande competição.»