Momento: Vietto marca e muda o jogo

O Sporting entrou a crescer na segunda parte, mas ainda parecia longe do golo, quando o argentino, aos 75 minutos, levantou as bancadas, num lance às três tabelas. Luiz Phellype tinha rematado contra Tomás Ribeiro, a bola ganhou altura e o argentino, de forma acrobática, atirou com tudo para dentro da baliza. Estava desbloqueado o marcador e o jogo não voltaria a ser o mesmo.

Figura: Vietto bisa e confirma

O argentino acaba por ser a figura do jogo, até porque voltou a marcar. Não é que tivesse feito um grande jogo, até quase que comprometeu, numa falta favorável ao Sporting, ao atirar contra um adversário, num lance que permitiu um rápido contra-ataque do Belenenses que Silvestre Varela não conseguiu aproveitar. No entanto, Vietto apareceu quando o Sporting mais precisava. Depois de já ter testado três sistemas diferentes, o argentino foi finalmente deslocado para a zona de finalização onde acabou por ser mais produtivo ao lado de Luiz Phellype. Depois de desbloquear o marcador, fez um segundo golo e ficou ainda muito perto de conseguir um hat-trick. Tudo isto nos últimos quinze minutos.

Outros destaques: confira a FICHA DO JOGO

Bruno Fernandes

Durante boa parte do jogo parecia um maestro perdido no meio de uma orquestra desafinada a tentar manter o tom certo. Esbracejou, gritou, repreendeu Ilori e depois Borja. Pedia uma marcação ali, outra acolá, mas surgia muitas vezes desamparado a tentar pressionar um Belenenses que pressionava mais do que o Sporting. Teve de recuar para ajudar a defender e esteve muito longe do seu habitual território. Com o primeiro golo de Vietto, soltou-se, como aliás toda a equipa.

Borja

Primeira parte para esquecer. Com três centrais, era suposto o colombiano jogar mais adiantado sobre a linha, era suposto ajudar a transportar jogo para a frente, mas Borja parece ter receio de passar a linha do meio-campo. Muitas vezes, com espaço no corredor, acaba por dar meia volta e devolver a bola aos centrais. À terceira vez recebeu uma tremenda assobiadela das bancadas. Na segunda parte, já com outro sistema, surgiu mais solto e já o vimos a participar nos lances de ataque, com combinações com Bruno Fernandes e Vietto.

Silvestre Varela

Um regresso a uma casa que conhece bem, com uma boa exibição. Aos 34 anos, Silvestre Varela é um jogador experiente que não precisa correr muito para estar bem posicionado, para se libertar nos espaços e abrir linhas de passe. A pressão alta do Belenenses teve um efeito avassalador sobre o jogo do Sporting e Varela, que jogou sobre a esquerda, no mesmo corredor do sobrinho Nilton, desempenhou, a par de Licá, um papel fundamental, caindo muitas vezes sobre Rosier para lhe ganhar a bola. Teve uma oportunidade soberana para abrir o marcador, mas permitiu a defesa de Renan. Ainda tentou a sua sorte com um remate em arco, mas passou ao lado.

Nilton Varela

O sobrinho de Silvestre, promovido dos sub-23, estreou-se como titular no lado esquerdo da defesa, com uma exibição personalizada, a jogar nas costas do tio. A família Varela foi, aliás, uma constante dor de cabeça para Rosier que, só não conseguia sair a jogar, como sentiu muitas dificuldades para travar os dois familiares.

Licá

Foi o melhor em campo nos primeiros 45 minutos. Logo aos 4 colocou Renan à prova, com um remate da direita, puxado ao primeiro poste, que obrigou o guarda-redes do Sporting a defender para canto. Era o primeiro a pressionar na zona de construção do Sporting e nunca deu tempo, nem espaço, para o leão sair da defesa com um jogo pensado.

Rafael Camacho

O Sporting estava enfiado num colete de forças e só com a entrada do jovem extremo começou a respirar. Entrou ainda na primeira parte e teve o condão de abrir o jogo dos leões que desde o início do jogo estavam com dificuldades em respirar. Em duas ou três arrancadas, obrigou o Belenenses a afrouxar o cerco e a recuar.