Pedro Gonçalves abriu caminho ao pote dos milhões. Paulinho garantiu-o com um golaço.

O Sporting somou em Vila do Conde a terceira vitória consecutiva na Liga e selou matematicamente o acesso à Liga dos Campeões da próxima época, encaixando, desde já, 23 milhões de euros (podem ser mais) com a presença na prova.

A equipa de Ruben Amorim chega aos 79 pontos, mais nove que o FC Porto, que joga o clássico com o Benfica na Luz esta quinta-feira. Sem olhar a terceiros, faltam quatro pontos para os leões agarrarem o título 19 anos depois.

Um título tão esperado para aqueles lados que a equipa, à semelhança do jogo com o Nacional, foi recebida por várias centenas de adeptos nos Arcos antes do jogo, pedindo o título. 

Se pressão havia, o Sporting tratou-a de sacudir desde cedo e acabou por somar, exatos três meses depois, uma vitória por mais de um golo de diferença fora de casa (a última fora a 5 de fevereiro, no Funchal).

O leão entrou a assumir o jogo, com posse de bola, grande pressão no meio campo do Rio Ave e oportunidades: Coates cabeceou ao poste, Palhinha também e, pelo meio, Nuno Santos fez aquecer as luvas de Kieszek. Tudo isto em menos de um quarto de hora.

Mas o golo que libertou o líder só surgiu da marca dos onze metros, depois da meia hora.

Paulinho não desistiu do lance junto à linha de fundo e fez a bola tocar no braço de Ivo Pinto para uma decisão (difícil) que Fábio Veríssimo só tomou ao fim de três minutos. Pedro Gonçalves aproveitou e atirou a contar no castigo máximo.

Do lado do Rio Ave, que nos instantes iniciais até tentou assumir o jogo com bola, houve dificuldades para superar um Sporting pressionante. Só Brandão, num remate frontal, assustou verdadeiramente Adán (41m). Antes do descanso, o abnegado Paulinho chegou com a cabeça onde Kieszek não chegou com as mãos e quase fazia um golo improvável. Seria o aperitivo.

Para a segunda parte, Miguel Cardoso procurou mudança: recuou Coentrão para lateral-esquerdo com a saída de Pedro Amaral e lançou Carlos Mané à procura das fraquezas de João Pereira, que até agora só tinha três minutos de leão ao peito esta época: não cedeu. Amorim também não demorou, reforçando o meio campo com a entrada de Matheus Nunes para a saída de Nuno Santos.

Deu-se melhor o leão, à boleia de um golaço que matou mesmo o jogo.

Aos 63 minutos, Paulinho apanhou a bola em zona frontal e bateu Kieszek para o lance que sustentou a vantagem do Sporting e feriu um Rio Ave que pouco mais conseguiu fazer.

No calor do jogo, Tarantini acabou expulso do banco. No risco total para tentar tirar algo do jogo, a equipa de Miguel Cardoso pouco conseguiu fazer e só um Sporting perdulário, por Jovane e Palhinha, impediu um triunfo mais folgado.

O leão sai de Vila do Conde nos arcos dos milhões. E nos do título, cada vez mais perto para o leão. O Rio Ave sai a pensar nas contas da permanência, antes de ir aos Açores, à Madeira e de receber o FC Porto.