O plantel do Gil Vicente regressou esta segunda-feira aos treinos no relvado, de forma individualizada e sem casos de infeção pela pandemia de covid-19, segundo anunciou o nono classificado da Liga.

«Sabemos que o momento é muito difícil, mas estamos muito felizes por podermos voltar ao relvado e fazer o que mais gostamos. Estou bastante confiante para esta fase e espero que a equipa possa desenvolver o futebol que estava a desempenhar. Tenho a certeza de que voltaremos a fazer grandes jogos para dar alegrias aos adeptos», referiu o guarda-redes brasileiro Denis, numa nota publicada pelo clube de Barcelos nas redes sociais.

Os minhotos aproveitaram a entrada do país em situação de calamidade no domingo, após três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março, para voltar a pisar o relvado sob redobradas medidas de distanciamento, quase um mês e meio após a suspensão da Liga, que, à partida, será reatada à porta fechada a partir de 30 e 31 de maio.

«Senti-me seguro. O clube montou um esquema muito adequado, respeitando distâncias de segurança para todos os atletas. Agora é só fazermos o nosso treino e tentar voltar à melhor forma possível», descreveu o dono da baliza dos «galos», de 33 anos, que encaixou 32 golos nos 28 encontros disputados na época de estreia no futebol europeu.

A formação liderada por Vítor Oliveira cumpriu planos individuais de treino nas respetivas residências entre 12 de março e 15 de abril, em consonância com o confinamento social recomendado pelas autoridades sanitárias, antes de acordar com a direção presidida por Francisco Dias da Silva um período antecipado de 19 dias de férias.

«Fisicamente não senti tanta dificuldade, já que vínhamos fazendo trabalho específico em casa. É lógico que não é a mesma coisa que estarmos dentro do campo, principalmente para os guarda-redes. Se a parte aeróbica e a corrida foi tranquila, tive de começar a readaptar o corpo às quedas e ao contacto com a bola», apontou Denis.

Depois de todos os membros do Gil Vicente terem recebido esta segunda-feira resultados negativos aos testes de despistagem ao novo coronavírus efetuados na quinta-feira, Vítor Oliveira distribuiu o plantel em horários e espaços diferentes dos relvados dos estádios Cidade de Barcelos e Adelino Ribeiro Novo e do Campo de Carvalhal.

A planificação vai manter-se nas próximas duas semanas, sempre com materiais de treino individualizados, na ausência do defesa Fernando Fonseca, a recuperar de uma lesão da sindemose, contraída no empate caseiro com o Santa Clara (1-1), a 8 de março, que correspondeu à última partida dos minhotos antes da paragem.

Numa época assinalada pelo regresso ao principal escalão, após uma reintegração administrativa a partir do Campeonato de Portugal, na sequência do «caso Mateus», o Gil Vicente ocupa a nona posição à entrada para as dez jornadas finais, com os mesmos trinta pontos de Moreirense e Santa Clara, 14 acima da zona de descida.

A realização dos 90 jogos do campeonato, que é liderado pelo FC Porto, com um ponto de vantagem sobre o Benfica, e da final da Taça de Portugal, entre dragões e águias, ainda está sujeita à aprovação por parte da Direção-Geral da Saúde de um plano sanitário apresentado ao Governo pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional.