A figura: Gaitán
 
Já morou na Luz um argentino a quem os adeptos chamavam ‘El Mago’. Ora, Aimar já cá não mora, mas deixou um digno sucessor: Gaitán. Este, criado na Bombonera, parte de uma faixa para acender as luzes de todo o ataque das águias. Assistiu Jonas para o primeiro golo dos encarnados, acertou uma bola na barra e, como se não fosse suficiente, teve arte e engenho para dar cor às ações ofensivas do Benfica. Esteve em grande: desmarcou Lima no lance do segundo golo e assinou o terceiro quando jogava já no meio.

O momento: Júlio César, o imperador!
O Benfica teve várias oportunidades de golo durante toda a primeira parte, mas só por uma vez encontrou o caminho das redes de Assis. E podia mesmo ter passado por um mau bocado não fosse o muro que guarda a baliza encarnada. À entrada para o intervalo, Júlio César, primeiro com as mãos, por instinto, e depois com o pé, sacudiram o perigo que teimava em não largar a área encarnada. Não restam dúvidas, o brasileiro é mesmo guarda-redes de equipa grande.
 
 
Outros destaques
 
Jonas
O brasileiro, que o Benfica recrutou no defeso, cedo mostrou ao que vinha. Ainda não havia decorrido o primeiro minuto e já estava cara-a-cara com o golo. Não conseguiu concluir da melhor maneira com o pé, fê-lo, pouco depois, com a cabeça a corresponder a um cruzamento milimétrico de Gaitán. Ainda teve mais uma oportunidade para levantar o público da Luz, mas, caprichosamente, a bola embateu no poste. Basta seguir o camisola 17 dos encarnados, durante breves minutos, para perceber que é craque. Não ficou em Valência e o público da Catedral agradece de pé com palmas a compasso.
 
Talisca
O brasileiro, convertido a oito no esquema de Jesus, começa a beber os ensinamentos do mestre da tática e encontra sempre espaço livre para oferecer uma linha de passe segura aos companheiros. Faz uso da passada larga para aparecer, constantemente, em zonas de finalização. Foi, aliás, assim que enviou um míssil ao poste da baliza de Assis. Procura fletir para o corredor esquerdo, à procura do melhor pé, oferecendo outra dinâmica ao corredor. Bom jogo do jovem brasileiro.
 
 
Ola John
O holandês começou a todo o gás e teve uns primeiros 15 minutos de alto nível. Interventivo, fazendo uso da velocidade e drible curto, esteve envolvido no assalto encarnado que quase não deixou respirar o V. Guimarães. Foi desaparecendo ao ritmo que a equipa baixou o ritmo, mas voltou a aparecer em grande no início da segunda parte. Uma bomba, de pé esquerdo, fuzilou a baliza vitoriana e fez a Luz explodir de alegria.
 
Tomané
É um verdadeiro lutador este jovem avançado que Rui Vitória potencia no Castelo. Mesmo em jogos destas características, onde a equipa tem dificuldade em se chegar à frente, nunca vira a cara à luta e, muitas vezes, saiu maltratado de alguns duelos que trava com os defensores contrários. Está envolvido no lance de maior perigo dos minhotos, que Júlio César anulou a dois tempos. Teve mais uma oportunidade da segunda parte, mas não foi feliz na finalização.
 
Cafú
Com André André demasiado fustigado por batalhas que foram vergando o capitão vitoriano e retirando-lhe do processo ofensivo, onde costuma ser determinante, foi Cafú quem mais sobressaiu no meio campo vitoriano. Além de todos os fogos que tentou apagar, procurou, por duas vezes, o golo na segunda parte, mas a mira do português, de 21 anos, não estava calibrada. Ainda assim provou que tem fibra para estes jogos.