Figura: Jonas

Parecia estar escrito que esta não ia ser a tarde dele. Porquê? Porque falhou duas vezes isolado na cara de Douglas, em ambas depois de boas jogadas: primeiro combinou com Jimenez, depois com Pizzi. Após novo passe de Pizzi, porém, fez o golo da tarde, num chapéu perfeito ao guarda-redes. Antes já tinha rematado para defesa incompleta de Douglas, no golo de Cervi, e já tinha assistido Pizzi para o terceiro, depois fez o quinto de penálti. Quem disse que esta não seria a tarde de Jonas?

Positivo: Raul Jimenez

Não teve uma época fácil, penalizado por lesões e pelos golos de Mitroglou, mas recuperou a tempo de ser fundamental no título: antes de mais, pelo golo em Vila do Conde, mas fundamental também esta tarde. Percebeu, por exemplo, que Ederson ia lançar a bola de uma baliza à outra, fugiu a todos e fez o golo da tranquilidade. Ele que antes já tinha pressionado Rafael Miranda, obrigando o rival a perder a bola para o primeiro golo do Benfica. Depois ainda atirou ao poste. Enorme, portanto.

Negativo: Konan

Atropelado pela euforia, e pelo futebol, do Benfica, o V. Guimarães foi um sombra pálida da equipa que somou sete vitórias seguidas na Liga e que viajou por isso para a Luz com a melhor sequência da história. O engano de Konan, porém, esteve na origem de tudo. Aos onze minutos, numa saída a jogar, quis colocar a bola em Rafael Miranda que estava pressionado por dois adversários e por isso perdeu a bola, permitindo a Cervi abrir o marcador. Depois disso o jogo nunca mais foi o mesmo.

OUTROS DESTAQUES:

Pizzi

Custa muito não colocar Pizzi nos dois maiores destaques, mas não dá para todos. O médio tem a consolação de saber que foi provavelmente o jogador mais importante do título. Esta tarde, foi mais do mesmo: marcou um golo, fez uma assistência para outro, ficou perto de bisar e encheu o campo.

Franco Cervi

Tem um pé esquerdo fabuloso, que dá gosto ver tocar na bola. Para além disso, surgiu em campo muito motivado, cheio de pressa a fazer as coisas. Tanto assim que inaugurou o marcador aos onze minutos, ele que ainda sofreu a grande penalidade que permitiu a Jonas fazer o quinto do Benfica.

Fejsa

Que grande jogo do decacampeão: o homem que é campeão há dez anos consecutivos. Foi ele, por exemplo, que recuperou a bola para o primeiro golo do Benfica, num momento fundamental, e voltou a recuperar a bola que permitiu a Pizzi lançar Jonas para o quarto. Fundamental, portanto.

Ederson

Teve um jogo calmo entre os postes, o que lhe deu tempo para ser fundamental no ataque: Aos 16 minutos, percebeu a distração do V. Guimarães e isolou Jimenez com um pontapé de uma baliza à outra, para o segundo golo. Festejou como se tivesse sido ele a marcar, o que é justo: muito justo.

Salvio

Os assobios e a impaciência dos adeptos deram lugar aos aplausos. Nada mais justo. Salvio foi uma seta apontada à baliza do V. Guimarães desde o início, queimando consecutivamente metros e linhas para deixar o Benfica mais perto da baliza adversária. Fartou-se nesse aspeto de correr e trabalhar.