Na raça.

Não foi bonito, foi na raça. Quantas vezes ouvimos esta expressão? É verdade que o FC Porto não fez um jogo brilhante, mas foi competente o suficiente para bater o Vitória (1-0) e encurtar a distância para o líder Sporting.

Um jogo que foi disputado de dentes cerrados e com cara feia. Foi, no fundo, um triunfo na raça.

Os vitorianos entraram em modo conquistar, de espada em riste e com uma imponente armadura, e foram capazes de ter bola, de circular e de colocar o adversário em dificuldades. Por duas vezes, Marcus Edwards esteve perto de ser herói: falhou o remate no coração da área e depois, fez quase tudo bem até à hora do cruzamento.

Apesar da boa entrada, o Vitória acabou por se encolher fruto da subida de intensidade por parte do FC Porto. Os dragões começaram a pressionar de forma mais agressiva (no bom sentido) e melhor, recuperando a bola em zonas mais adiantadas e impedindo as saídas em transição dos vimaranenses.

O primeiro lance de perigo surgiu de um corte de Mumin que desviou em Taremi e por pouco, não traiu Varela. Logo de seguida, o iraniano viu o guarda-redes do Vitória fazer uma intervenção excelente após um passe delicioso de Pepe.

O FC Porto estava, por fim, por cima do Vitória. Ainda assim, o ascendente não se traduzia em ocasiões claras de golo. Os dragões ensaiavam várias combinações pelo corredor central, mas tinha dificuldades em superar a boa organização dos homens equipados de preto. A exceção foi um pontapé de fora da área de Marega que acabou nas mãos de Varela.

Nem Conceição nem Bino mexeram ao intervalo. O FC Porto entrou melhor, ao contrário do que havia acontecido na primeira parte, e ameaçou logo por Corona. No minuto seguinte, os campeões nacionais chegaram ao golo após uma sucessão de erros do Vitória. Rochinha bateu mal o livre e, de seguida, Mumin perdeu para Marega que correu até bater Varela.

Um golo de raça, lá está.

O golo teve o condão de soltar o FC Porto. A equipa portista jogou de forma mais descontraída e ameaçou, por mais que uma vez, o 2-0. Todavia, Varela brilhou e impediu o bis a Marega e o VAR negou um autogolo caricato de Amaro.

Após o período de maior fulgor dos dragões, o Vitória foi à procura do empate. Apesar de ter colocado o adversário em dificuldades, os vitorianos apenas num livre direto de Pepelu – defendido por Marchesín – ameaçaram a igualdade.

Com a irreverência de Díaz, Martínez, Baró e Francisco Conceição, o FC Porto esteve perto de resolver definitivamente a partida. Porém, o pontapé de Conceição foi travado por Mumin meias com o ferro.

Longe do brilhantismo e do fulgor de outros dias, o FC Porto venceu na raça e começa a morder os calcanhares ao líder Sporting. Por seu turno, o Vitória desperdiçou a oportunidade de encurtar distâncias para o quinto classificado, o Paços de Ferreira.