A classe de Camacho, bem servida por Marakis, decidiram a primeira vitória do Nacional em 2019 e a terceira dos madeirenses em casa na presente temporada. O V. Guimarães vinha de um bom momento, já que não perdia há doze jogos e na última jornada havia vencido o Sporting com uma prestação bem conseguida. Mas o treze foi mesmo sinónimo de azar para os minhotos. O empate teria sido o resultado mais justo, mas a vitória acaba por assentar bem à formação insular, que assinou uma exibição personalizada e também pragmática ante um adversário com outras armas e argumentos.

Se o Nacional foi a jogo sem quaisquer alterações relativamente ao onze que levou a jogo na última jornada, que se saldou com uma vitória (2-0) em casa ante o Desportivo de Chaves, já o Vitória de Guimarães viu-se forçado a apresentar um «miolo» remendado em comparação com o que iniciou na receção vitoriosa (1-0) ao Sporting. A suspensão de Wakaso levou o técnico Luís Castro a apostar em Celis e, ainda antes do jogo começar, em Ola John, já que André André acabou por ressentir-se de uma lesão no aquecimento.

A formação vimaranense entrou disposta a instalar-se no meio campo defensivo madeirense, mas os pupilos de Costinha cedo fizeram questão de avisar que não estavam dispostos a ceder o que quer que fosse na Choupana. 

Sacudida a pressão inicial dos visitantes, os primeiros avisos pertenceram à equipa insular, e que acabou mesmo por chegar ao golo num lance bem trabalhado e de rápida execução.

Aos 9 minutos, Marakis desenhou um passe de génio e serviu Camacho, que, vindo de trás, entrou na área para corresponder com um golo digno de rever várias vezes e de vários ângulos por força da qualidade técnica que colocou no domínio da bola e finalização!

Em desvantagem e com tanto tempo para jogar, o V. Guimarães procurou assentar mais o jogo em vez que partir de imediato em busca do empate. Com muita personalidade e confiança, o Nacional foi tapando bem os caminhos da sua baliza e só aos 28m permitiu algum espaço no seu último terço. Ainda distante da grande área, Davidson atirou forte mas à figura de Daniel.

Pouco depois, um passe longo de Davidson desde a esquerda encontra Ola John com espaço na lateral oposta mas o avançado holandês, depois de driblar Nuno Campos, não consegue evitar a uma oportuna e mágica «mancha» por parte de Daniel.

A defesa do Nacional passou por alguns calafrios, fruto de alguns erros individuais forçados pela pressão alta e também de uma maior acutilância ofensiva do V. Guimarães. Mas quando não foi Daniel a resolver com saídas oportunas, o espírito de entreajuda madeirense deu conta do resto.

Nos descontos para o intervalo, o Nacional arriscou um pouco e esteve muito perto de ver a sua aposta premiada. Tudo começou na recuperação de uma bola já perto da grande área, com Vítor Gonçalves, muito rápido, a cruzar para a entrada de Rochez. Só com Douglas pela frente, o avançado hondurenho rematou de primeira mas o guardião brasileiro acabou por defender com classe, embora com a ajuda do travessão.  

Para a segunda parte esperava-se um V. Guimarães mais autoritário na gestão e na posse de bola, com as linhas mais adiantadas no terreno. Foi o que aconteceu, embora Luís Castro, insatisfeito, tenha procurado outro tipo de intensidade ao trocar Celis por João Carlos Teixeira pouco depois do reatamento.

O Nacional, que foi forçado a trocar de guarda-redes (Daniel Guimarães por Lucas França) ao intervalo, apostou nas transições rápidas, cedendo uma boa parte da iniciativa de jogo aos vimaranenses. Apesar do aperto que a defesa insular foi votada, a equipa de Costinha foi resolvendo a custo, embora também tivesse contado com a falta de ideias, e algum desacerto, por parte do ataque visitante na hora de procurar a melhor finalização.

É certo que o V. Guimarães esteve perto do empate em pelo menos três ocasiões, mas o Nacional também não aproveitou um par de ocasiões para a dilatar.