Tarde, mas está fechada a primeira jornada da Liga e com empate em Vila do Conde. Primeiro, Bruno Moreira teve cabeça para a vantagem do Rio Ave. Depois, André Almeida para o 1-1. Por fim, raciocínios igualados. O Rio Ave teve cérebro para segurar o ponto em inferioridade numérica. O Vitória ficou a uma curta equação da reviravolta e continua sem vencer no campeonato.

Os dois clubes longe estariam de pensar, por certo, que o adiamento do jogo por um problema na bancada nascente seria parto para outros problemas: as muitas ausências nos plantéis. Que o digam os minhotos, privados de 17 jogadores em Vila do Conde. Nos locais, meia dúzia.

Se Carvalhal pouco mudou, lançando Messias e Mané na vez de Aderllan e Taremi, Ivo Vieira operou uma mudança drástica na equipa e encheu a maioria do banco com atletas da equipa B. Foram sete novidades e uma abordagem ao jogo algo diferente. Mas nem por isso ambição de parte: os conquistadores procuravam a primeira vitória e o Rio Ave queria colar-se a FC Porto e Benfica. Mas juntou-se a Sporting e Moreirense com sete pontos.

O Vitória surgiu em campo de forma híbrida, com Frederico Venâncio a servir de referência na moldagem ao jogo. Quando o Vitória atacava, o central fazia trio com Bondarenko e Pedro Henrique atrás. A defender, subia para apoiar Pepê e André Almeida, perante o recuo dos laterais Florent e Sacko, em duelo constante com os velozes Carlos Mané e Nuno Santos.

Entre alguma expetativa, não foi por falta de oportunidade que o golo não surgiu cedo. André Pereira falhou por pouco e, na resposta, Matheus Reis quase fazia um golaço, mas a bola bateu no ferro. Isto nos primeiros seis minutos.

Rio Ave-V. Guimarães: a ficha e o filme do jogo

Numa primeira parte em que foi conhecendo-se a si mesmo com um onze diferente, o Vitória ergueu primeiro a responsabilidade do que o atrevimento. O estudo a um adversário que foi sendo perigoso pelos corredores até chegar à área: a jogada iniciada por Mané e concluída por Diego Lopes após cruzamento de Nuno Santos, aos 23 minutos, foi disso exemplo.

O golo tinha ficado perto e foi o mote para um fim de primeiro tempo intenso e eficaz. Aos 41 minutos, Nuno Santos desequilibrou pela direita e Carlos Mané cruzou para o cabeceamento certeiro de Bruno Moreira. Só que a festa verde e branca durou pouco, porque o V. Guimarães respondeu antes do descanso com - e de - cabeça: teve-a André Almeida após o cruzamento de Sacko para o 1-1.

O empate foi a solução certa para o maior problema dos minhotos, mais rápidos e efetivos a chegar ao ataque no reatamento. Tanto que custou a expulsão a Borevkovic, numa rápida arrancada de Rafa Soares: o árbitro Hugo Miguel mostrou o cartão amarelo ao croata, mas foi ao vídeo-árbitro e mudou a cor para vermelho, aos 57 minutos.

A expulsão do defesa foi súbita mudança no jogo, mas poucos resultados visíveis por fim. Carvalhal ajustou de imediato a retaguarda com Júnio e abdicou de Carlos Mané. Ataque menos povoado e verdade é que os vila-condenses pouco mais foram perigosos para o guardião Douglas.

O V. Guimarães, sem querer comprometer na retaguarda, não foi desenfreado à procura da reviravolta, mas queria-a. Ficou a dever a si mesmo mais pontaria e poder de concretização, face a um Rio Ave que acabou solidário na inferioridade. João Pedro teve uma clara ocasião e ainda marcou, mas o árbitro assinalou toque de braço na bola e Kieszek acabou em grande, negando a reviravolta por duas vezes a Rafa Soares.