O Rio Ave arrumou vários problemas de uma assentada. A crise de resultados em Vila do Conde foi sanada com uma das exibições coletivas mais ricas e eficazes da era Daniel Ramos, que somou o primeiro triunfo caseiro ao comando da equipa: 2-1 ante o V. Guimarães, no primeiro triunfo das últimas 11 (!) jornadas nos Arcos.

Filipe Augusto abriu o marcador na primeira parte e Nuno Santos teve uma estreia decisiva a titular esta época, dobrou o resultado e os 35 pontos deixam a manutenção praticamente resolvida. Mas foi preciso sofrer no fim, com o golo de Tozé e a expulsão de Coentrão, esta em tempo de compensação.

Para uma tarde como há muito já não se via deste Rio Ave no seu reduto, contribuiu uma estratégia diferente imposta por Daniel Ramos, resultante das quatro alterações no onze inicial. Risco e teste exigente na defesa, com as estreias de Borevkovic e Junio Rocha com o atual técnico, além de Gelson Dala e Nuno Santos ao ataque.

Já Luís Castro não mexeu e o Vitória, após a goleada caseira ao Desp. Chaves, voltou a mostrar a oscilação de resultados que tem tido no berço e fora dele. Caso para dizer que foi o Rio Ave a embalar, numa primeira parte de início equilibrado, mas com o tempo a mostrar que Ramos tinha apostado as fichas certas na 29.ª jornada.

Rio Ave-Vitória: o filme e a ficha do jogo

Perante o posicionamento do Vitória, o Rio Ave, tentou criar espaços com a interiorização dos extremos Gabrielzinho e Nuno Santos, mas seria mais lesto a aproveitar a velocidade destes nas costas da defensiva minhota. Tarantini surgiu mais à frente de Filipe Augusto, descaído para a direita, permitindo a Diego Lopes variar da posição 10 para apoiar mais Nuno Santos. Só por aí surgiram espaços, enquanto o Vitória teve Tozé como referência. Mas o encaixe mútuo permitiu poucas ocasiões na primeira meia hora.

Ainda assim, o Vitória foi mais rematador e testou Léo Jardim em remates de Tozé e Mattheus. Do outro lado, Filipe Augusto viu Miguel Silva defender o primeiro duelo, mas ganharia pouco depois, no penálti que converteu aos 31 minutos, em lance a castigar falta de Pedrão sobre Gelson Dala, que o Vitória reclamou previamente, pela presença de duas bolas no terreno de jogo.

A vantagem deu conforto ao Rio Ave à defesa e perigo nas rápidas transições e o 2-0 só não surgiu aos 38 minutos porque Miguel Silva fez uma das defesas da jornada – e até mesmo da Liga – a remate de Nuno Santos. Pouco depois, Dala falhou de cabeça à boca da baliza, após canto.

Os destaques do Rio Ave-Vitória

A diferença mínima manteve-se ao intervalo, mas duraria pouco. Nuno Santos coroou a primeira titularidade da época com a estreia a marcar, finalizando com remate frontal a passe de Diego Lopes, que resgatou a bola após corte de Osorio a cruzamento de Coentrão (48’).

Com mais de 40 minutos pela frente, Luís Castro pensou e operou: lançou Welthon e Joseph, abdicando de Guedes e Rochinha, algo apagados em campo. Mais tarde, Ola John. Tozé passou para a direita e o Vitória tentou povoar mais a área contrária, mas quando a bola lá chegou, houve Léo Jardim a negar o 2-1, num cruzamento traiçoeiro de Mattheus (51’).

O Rio Ave conseguiu gerir até bem perto do fim e, perante um Vitória rematador, foi perdulário em várias transições e teve que aguentar alguns minutos a diferença mínima criada num penálti confirmado pelo VAR e convertido por Tozé, aos 88 minutos. Ainda assim, insuficiente para os minhotos, que somam o quinto jogo fora sem vencer. O jogo acabou em polvorosa, com o Rio Ave a sofrer e Coentrão a ver de fora nos instantes finais.