O Sp. Braga emitiu nesta quinta-feira um comunicado a manifestar «publicamente a sua preocupação face às informações que tem obtido quanto ao plano de segurança delineado» para o jogo frente ao Vitória de Guimarães, esta sexta-feira, no Estádio D. Afonso Henriques.

A direção do emblema bracarense reclama estranheza nos «obstáculos criados na deslocação e no acesso dos adeptos» do clube e defende que a «questão da segurança é primordial» e por isso se «sente forçado» a emitir tal nota.

Os gverreiros dizem que é «incompreensível que os responsáveis de segurança do clube [Sp. Braga] não tenham sido consultados pelo Comando de Guimarães da Polícia de Segurança Pública quanto ao plano traçado [para o jogo]» e questionam «o papel do promotor da competição, a Liga Portugal, num processo de enorme relevância para a salvaguarda do principal motor da indústria, que são os adeptos».

O Sp. Braga defende que é «incompreensível» que o ponto definido para a reorganização da caixa de segurança [dos adeptos bracarenses] se vá situar a três quilómetros do estádio e que isso vai obrigar uma deslocação que não será inferior a 40 minutos, «o que criará um enorme obstáculo» para a chegada dos seus adeptos a tempo de assistirem ao jogo desde o início do mesmo.

«Tal opção acarreta duas consequências, a primeira delas altamente gravosa, na medida em que implica o percurso de uma distância longa em trajeto urbano, passando por complexos residenciais problemáticos», pode ler-se ainda.

Recorde-se que os adeptos do Sp. Braga queixaram-se de terem sido apedrejados à passagem por Guimarães quando viajavam para Felgeiras, no domingo, onde a equipa de Abel Ferreira disputou a terceira eliminatória da Taça de Portugal.

Leia o comunicado na íntegra:

O SC Braga manifesta publicamente a sua preocupação face às informações que tem obtido quanto ao plano de segurança delineado para o jogo desta sexta-feira, a disputar em Guimarães frente ao Vitória SC.

Em função das indicações disponíveis, a Direção do SC Braga estranha os obstáculos criados na deslocação e no acesso dos adeptos afetos ao nosso clube, vendo como legítima a desconfiança quanto às garantias de segurança das 15 centenas de apoiantes que vão acompanhar a equipa no dérbi minhoto.

A questão da segurança é, de facto, primordial e só por si justifica o alerta público que o SC Braga se sente forçado a lançar por esta via, entendendo como incompreensível que os responsáveis de segurança do clube não tenham sido consultados pelo Comando de Guimarães da Polícia de Segurança Pública quanto ao plano traçado e questionando também qual o papel do promotor da competição, a Liga Portugal, num processo de enorme relevância para a salvaguarda do principal motor da indústria, que são os adeptos.

É para o SC Braga incompreensível que o Comando de Guimarães da PSP tenha definido um ponto de reorganização da caixa de segurança situado a três quilómetros do Estádio D. Afonso Henriques, o que é absolutamente insólito face ao que tem acontecido em anos recentes.

Tal opção acarreta duas consequências, a primeira delas altamente gravosa, na medida em que implica o percurso de uma distância longa em trajeto urbano, passando por complexos residenciais problemáticos.

É missão da PSP garantir a segurança dos adeptos, mas o SC Braga tem dever de vigilância sobre as decisões assumidas e questões muito legítimas quanto à efetividade das mesmas.

De igual modo, tal opção exige uma deslocação em caixa de segurança que dificilmente será inferior a 40 minutos, o que criará um enorme obstáculo a que os adeptos afetos ao nosso clube possam assistir ao encontro na sua totalidade.

Essa tem sido, de resto, uma constante nas deslocações do SC Braga a Guimarães, contrastando claramente com a realidade verificada nos dérbis disputados no nosso estádio, e para a qual parece também concorrer a decisão de abrir apenas uma das três portas de acesso à Bancada Norte, o que face à quantidade de adeptos para vistoriar expõe à evidência a intenção de impedir o acesso dos apoiantes do SC Braga no tempo devido, ou seja, até ao início do jogo.

O questionamento público de todas estas opções visa motivar a reflexão de todas as entidades que cuidam da realização do espectáculo desportivo. E se as forças policiais devem zelar pela segurança pública, não pode a Liga Portugal demitir-se da enorme responsabilidade que tem, que é de garantir a defesa dos principais ativos do negócio futebol, que são os adeptos.

O SC Braga não é alheio ao clima que tem rodeado este encontro e espera de todos os intervenientes igual cuidado e interesse na garantia de todas as condições para que este seja – antes, durante e depois – um dérbi sem incidências.

Os 1500 bilhetes a que o SC Braga teve acesso estão esgotados, sinal da forte mobilização dos nossos adeptos, que aliás tem sido comum a todas as deslocações da nossa equipa. Aos nossos apoiantes deixamos a garantia de que os responsáveis do clube tudo farão para garantir a sua segurança, incentivando a que de facto compareçam em força e com espírito de fair-play, direcionando todo o seu entusiasmo para o apoio à equipa.

A Direção do SC Braga.