Bino, treinador do Vitória, em declarações na sala de imprensa no Dragão, após a derrota por 1-0 frente ao FC Porto, em jogo da 28.ª jornada da Liga:

«Entrámos bem no jogo. Tivemos duas saídas com bastante perigo, poderíamos ter sido mais eficazes. Surpreendemos um bocadinho o FC Porto no início, faltou-nos dar continuidade depois. Começámos a errar na decisão do último passe para sairmos em transição. No entanto, não defrontámos uma equipa qualquer. 

Pelo que aconteceu no jogo do rival, o FC Porto queria entrar forte e resolver cedo. Encontrou um Vitória forte. Penso que a nossa primeira parte foi bem conseguida. Sabíamos que o FC Porto ia voltar a entrar forte na segunda parte e acabou por marcar. O golo condicionou o nosso jogo. Se o FC Porto não marcasse, talvez pudesse enervar-se e permitir que saíssemos em transições rápidas. Como marcou cedo, o nosso jogo ficou condicionado e fomos obrigados a abrir-nos mais. O FC Porto acabou por criar mais situações e venceu o jogo. Ainda assim, realço a grande entrega e atitude da minha equipa. 

A equipa está a crescer e a ganhar confiança, que tinha sido abalada pelos últimos resultados. Espero que os jogadores possam dar uma boa resposta com crença, maturidade e qualidade. Temos jogadores de qualidade que têm de continuar a crescer.

Arriscar mais? Tivemos muito pouco tempo para trabalhar o modelo de jogo. Estarmos aqui com um sistema alternativa ia complicar a cabeça dos jogadores. Pretendemos que assimilem as nossas ideias o mais rápido possível. Depois, o Oscar teve um trabalho de muito desgaste no ataque e precisávamos de o substituir. Tivemos momentos interessantes, mas nem os cruzamentos nem o último passe saíram bem. O FC Porto tem muita qualidade, sabe defender, sofrer e transitar bem. Pretendemos ter coisas diferentes quando as situações foram mais adversas, mas estou satisfeito com todos os jogadores.

No futuro, esses jogadores [extremos] têm liberdade para trocar e muitas vezes jogaram ao mesmo tempo na mesma zona. Queremos algumas coisas disto, não o fazemos de ânimo leve. Queremos que esses jogadores criem espaços. Tendo jogo interior e potenciando os cruzamentos, queremos que esses jogadores apareçam em zonas de finalização juntamente com o avançado e com o ala do lado oposto. Nem sempre o conseguimos fazer, mas houve mérito do adversário. Falhámos o último passe e o cruzamento como já frisei e isso condicionou a criação de oportunidades. Tivemos maior caudal ofensivo depois do golo sofrido, apesar de termos ficado mais expostos.